A exposição "Picasso. El eterno feminino" pretende refletir justamente o contínuo contato do pintor com a figura da mulher, um dos temas iconográficos mais constantes em sua obra, como refletem as 66 gravuras da mostra inaugurada na última semana na sede da Fundação Canal, em Madri.
Imaginárias ou reais, todas as mulheres de Picasso entram no foco da exposição, embora os destaques sejam os trabalhos relacionados à Françoise Gilot, mãe de dois de seus filhos, e Jacqueline Roque, sua última esposa.
Realizadas entre 1927 e 1964, as gravuras são divididas em 14 seções. A ideia é evidenciar as distintas maneiras em que o artista observava as mulheres: renascentista, barroca ou cubista, onde aparecem sentadas, no estilo dos retratos cortesãos e com indumentária de outros séculos.
Françoise Gilot conta com uma sessão particular, já que a "musa" do pintor aparece de diferentes perspectivas: de forma difusa ("Cabeza de joven", 1945), com traços mais firmes e esquemáticos ("Jovem com cabelos longos"), e em retratos mais ambiciosos e de maior formato, como em "Francoise con lazo en el pelo".
Sua última esposa, Jacqueline Roque, é muito presente na obra de Picasso, tendo seu rosto captado frequentemente de perfil, caso de "Perfil en tres colores", "Mujer con blusa de flores" e "Jacqueline leyendo".
Como herança do Renascimento, o artista também pintou rostos de mulheres inventadas, representadas de perfil e adornadas com flores, da mesma forma que suas mulheres sentadas, como os retratos de Françoise em uma poltrona.
Mulher observa obras de Picasso na exposição Picasso. El eterno feminino", em Madri
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