terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ONU votará na quinta resolução que condena violência na Síria

A delegação do Egito na ONU (Organização das Nações Unidas) revelou nesta terça-feira um rascunho de uma resolução que condena energicamente as violações de direitos humanos ocorridas durante o regime de Bashar al Assad e apoia o plano da Liga Árabe, divulgado no domingo (12), para terminar com os confrontos, que já duram 11 meses.

O rascunho segue as proposições árabes, apesar de não citá-las nominalmente, e apresenta cinco exigências ao regime do ditador Bashar al Assad -- fim da violência dos dois lados, liberação de todos os presos políticos durante a rebelião, retirada de tropas das cidades, garantir manifestações pacíficas e autorizar a entrada dos monitores da Liga Árabe e a imprensa internacional.

A resolução apoia a proposta de missão de paz conjunta da Liga Árabe e a decisão de facilitar uma transição política à Síria para um regime democrático, a partir de um "diálogo sério" entre o regime sírio e toda a oposição.

De acordo com as agências de notícias Associated Press e France Presse, diplomatas afirmam que essa resolução será posta em votação na quinta-feira (16) na Assembleia Geral da ONU, onde deve ser aprovada por uma margem ampla.

Em caso de aceitação da maioria dos membros, esta será a segunda resolução adotada para a Síria em dois meses. Em 19 de dezembro, a Assembleia Geral aprovou outra condenação contra o regime de Bashar al Assad por violação de direitos humanos e pediu o fim imediato da violência.


Civis tentam fugir de combate entre Exército e opositores, em Idlib, na Síria; 40 morrem em repressão a protestos

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

Na segunda (13), a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou que crimes contra a humanidade teriam sido cometidos durante a repressão da revolta popular na Síria.

"A natureza e a escala dos abusos cometidos pelas forças sírias indicam que crimes contra a humanidade provavelmente foram cometidos desde março de 2011", disse Pillay na sessão especial sobre a Síria na Assembleia Geral da ONU, ao falar sobre a repressão da revolta popular do país, que já deixou cerca de 6 mil mortos em menos de um ano.

Ela pediu que a comunidade internacional atue "urgentemente" para proteger a população civil na Síria dos ataques "sistemáticos" do regime de Assad e lamentou a falta de ação do Conselho de Segurança da ONU na questão síria.

Pillay disse aida que a Liga Árabe respondeu "com determinação" para frear a violência ao propor que os Estados membros da ONU apoiem os seus esforços.

CONFRONTOS

Pelo menos 40 pessoas morreram nesta terça-feira na Síria em decorrência dos bombardeios e disparos das forças leais ao regime de Bashar Al Assad, segundo um grupo opositor.

Os Comitês de Coordenação Local (CCL) informaram em comunicado que as ações causaram a morte de nove pessoas em Idlib e de oito em Homs, no mesmo dia em que Damasco negou as acusações das Nações Unidas de cometer "crimes contra a humanidade".

De acordo com a entidade, o Exército sírio bombardeou de modo indiscriminado a cidade de Idlib com tanques e mísseis, e foram ouvidas rajadas de disparos e explosões que afetaram vários imóveis.

Os comitês também documentaram a morte de seis pessoas nos arredores de Damasco, três delas soldados desertores, quatro em Deraa (sul), quatro em Aleppo (norte), quatro em Deir er Zur (leste), três em Hama (centro), uma em Latakia (noroeste) e uma na capital.

Mais cedo, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, informou que 23 pessoas, sendo 17 civis, morreram em Homs nesta terça em bombardeios e outras ações do regime.

Nos últimos dias, foram intensificados os movimentos diplomáticos para pressionar o Governo de Damasco, que acusou a ONU de falta de neutralidade e objetividade.

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