quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Prece eficaz

Em sua passagem pelo mundo, Jesus se notabilizou pela pureza, pela bondade e pela sabedoria. A meditação sobre Sua vida é sempre salutar. Um aspecto interessante para refletir consiste no hábito que Jesus tinha de orar. Nas mais diversas oportunidades, buscava se conectar com o Pai. A pedido dos Apóstolos, ensinou-lhes a oração dominical. Em Suas derradeiras instruções, antes de experimentar o martírio, Ele também tratou da prece. Disse que, até aquele momento, os discípulos nada haviam pedido em Seu nome. Mas que, ao pedirem, receberiam, para que sua alegria se cumprisse. Com base nessa assertiva, muitos cristãos entendem que toda e qualquer oração deve ser atendida. Não têm pudor de rogar ao Senhor da Vida a satisfação de fantasias e caprichos. Ou então pedem para que a morte poupe um ente querido. De outras vezes, rogam para ter vida tranquila, ao abrigo de imprevistos e desastres. Imaginam que todos os seus problemas se solucionarão, ao simples custo de uma rogativa. Olvidam a lei do trabalho, para se lançarem no simples petitório. Desejam facilidades, sucesso sem esforço. Acreditam que sua condição de cristãos lhes garante uma posição privilegiada no mundo. Com isso, esquecem outra afirmativa do Messias Divino, no sentido de ser necessário tomar a própria cruz. Ou seja, esforçar-se para superar os percalços do mundo. Guardar dignidade frente às tentações. Servir de exemplo, com uma vida laboriosa e serena. Na ausência de pronto atendimento a suas rogativas, quedam desalentados. Entretanto, há um aspecto importante a ser observado. Jesus prometeu a resposta do céu aos que pedissem em Seu nome. Por isso mesmo, a alma crente, convicta da sua fragilidade, precisa interrogar a própria consciência. Deve analisar o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais. Estará ela suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? A título de orar, não estará apenas cultivando o hábito da reclamação? Pedir, em nome de Jesus, implica aceitar a Vontade Divina sábia e amorosa. Essa rogativa tão especial pressupõe a entrega do próprio coração. E quem se entrega ao Divino Amigo sabe se contentar com o necessário que lhe é concedido. Nessa entrega reside o segredo da compreensão perfeita da sublimidade do amor de Deus. Ele não envolve Suas criaturas em padecimentos com o propósito de vê-las sofrer. Experiências dilaceradoras destinam-se a fazer surgir a pureza dos anjos. Elas propiciam a superação do estágio de infância espiritual. Chamam a atenção para o que realmente importa: a consciência tranquila, a fraternidade e a fé. Nisso reside a genuína alegria do cristão, que jamais perece. Pense a respeito. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 66, do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 8.8.2012.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Avisos do Alto

Narra-se que Chico Xavier estava parado defronte ao correio, conversando com seu irmão André, quando um policial passou por perto e, colocando o braço direito sobre seu ombro, lhe disse: Muito obrigado, Chico! E foi andando. Chico ficou intrigado com aquele agradecimento. Não podia atinar com a causa. À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã. Passou mais perto e observou que o guarda tentava a­partar uma briga entre dois irmãos, que se desentenderam por coisas de somenos importância. O policial, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava, envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade. Chico, mais que depressa, chegou perto e pediu-lhe: Calma, meu irmão. O guarda voltou-se contrariado mas, reconhecendo Chico, como que envergonhado do seu ato, parou de súbito e exclamou: Muito obrigado, Chico! Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos... À noite, indo Chico para o Centro Espírita, encontrou-se com o oficial novamente: Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes. Por duas vezes? Como? Anteontem sonhei com você, que me dizia: "Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isso por uns dias..." Por isso é que lhe disse, hoje, pela manhã: "Obrigado, Chico!" Referia-me ao sonho, ao seu aviso. Mas me esqueci de atendê-lo. Saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espiri­tuais na hora justa, teria feito hoje uma grande bobagem. Poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico. Muito obrigado, Deus nos ajude sempre! * * * O fato mostra, primeiramente, como Chico era um instrumento da paz neste mundo. Visitando o amigo em sonho e depois o salvando, pessoalmente, de se comprometer seriamente com a vida. Também mostra como ainda ignoramos mensagens claras de alerta, de aviso, que buscam nos preservar de problemas maiores na existência. A espiritualidade se utiliza dos sonhos, das intuições e até dos que estão ao nosso redor para nos dar recados, para nos trazer advertências preciosas. Só quem está com os pensamentos em equilíbrio e com a alma tranquila, consegue ouvir e se aproveitar dessas oportunidades inigualáveis. Aqueles que estamos nervosos, afundados em ódios e pensamentos negativos, tornamo-nos surdos a qualquer bom conselho que possa nos ser dado. Os Espíritos influenciam muito nossos pensamentos e atos. Escolher que conselhos vamos ouvir, que influências, boas ou más, iremos nos permitir, é escolha apenas nossa. Utilizemos nossa sensibilidade. Prestemos maior atenção às intuições. Paremos, sempre que possível, elevando o pensamento em oração e perceberemos que podemos receber muito mais ajuda do que imaginamos. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 48, do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake. Em 7.8.2012.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Luzes do entardecer

Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto ao coração, as luzes do próprio grupo familiar. Pensa naqueles que te preservaram, quando jovens, a existência frágil, nos panos do berço. Naqueles que atravessaram noites em claro, simplesmente para te velar o sono febril. Reflete nos que te equilibraram os primeiros passos, enquanto tentavas andar sozinho. Todas as vezes que caíste, eles te ergueram, sem reclamar de dores nas costas, por terem que se agachar quase até o chão, porque eras tão pequenino... Recorda os que te afagaram os sonhos da meninice, que sorriram com as tuas primeiras conquistas, que sempre estiveram presentes nas festas de aniversário, nos encerramentos escolares, nas peças de teatro em que figuravas. Quando chegavas em casa tristonho, insatisfeito com o resultado da disputa do jogo de futebol entre colegas, sempre tiveram uma palavra de consolo e um colo amigo. Já que eles atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinaram a valorizar os tesouros do tempo. Medita nas dificuldades que terão vencido para serem quem são. Também foram adolescentes, jovens. Tiveram sonhos... Pensa no suor que lhes alterou as linhas da face. Suor das tantas tarefas profissionais e no lar. Tantas tarefas para que não te faltasse o teto, o pão, o abrigo e o carinho. Pensa nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos. Muitas delas ocasionadas por tua rebeldia de criança que teimava em não amadurecer. Quando, hoje, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência. Não estarão te ferindo. Provavelmente estão murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são tão especialmente queridos. Ama e respeita os companheiros idosos! Eles são as vigas que te escoram o teto da experiência para seres o que és. Auxilia os idosos, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia-a-dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam no mundo, a hora do entardecer. * * * Exercita a gentileza e a gratidão para com todas as pessoas, especialmente os idosos. A velhice é uma fase que alcançarás, com certeza, caso a morte não te arrebate o corpo antes. Pode parecer cansativa a presença do idoso. Ele, porém, é rico da experiência que te pode brindar, mas também é carente dos recursos que lhe podes oferecer. Redação do Momento Espírita, a partir da mensagem Luzes do entardecer, pelo Espírito Meimei, psicografia de Francisco Cândido Xavier e do cap. XXIX, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 6.8.2012.