quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dias cinzentos

Em algumas regiões de nosso planeta, em países localizados em latitudes mais extremas, distantes do Equador, é natural que o inverno se faça mais rigoroso. Aí, à chegada da estação invernal, os dias se fazem mais curtos e o céu é, via de regra, tomado de tonalidades cinzas. Os dias se sucedem com poucas variações, melancólicos, morosos. O céu sempre pesado, com suas nuvens carregadas. Nessa época, apontam alguns estudos, aumenta o número de suicídios e os sintomas da depressão. Tomados pela atmosfera triste, pelo clima frio e, naturalmente, mais introspectivo, essas pessoas deixam-se levar sutilmente pela aparente tristeza da natureza, esquecendo-se que logo mais virá a primavera. Nas tradições míticas dos povos nórdicos, onde os invernos são muito rigorosos, imaginavam que a chegada do inverno se dava porque o deus Thor havia perdido seu martelo. Quando o tornava a encontrar, dava-se o início da primavera, da pujança, da alegria e força da natureza. * * * Assim ocorre com nossa vida, habitualmente. Há dias de inverno, cinzas, frios e tristes. São dias em que os desafios se mostram mais intensos, em que as dores, do corpo ou da alma, se apresentam mais rudes e onde também, alguns de nós se deixam levar para estados d'alma tristes e depressivos. Esses dias cinzas são também dias de aprendizado, de conquistas e de amadurecimento. O ciclo da natureza não prescinde do frio do inverno, das mudanças climáticas e do hibernar momentâneo da vida para que reinicie seu ciclo logo mais. Nosso processo de amadurecimento e aprendizado também não pode dispensar dias cinzentos e pesados. São essas horas que nos oportunizam a reflexão que talvez os dias de saúde não nos trariam. É nos momentos de dor que repensamos nossas atitudes e valores, readequando-os de maneira mais sensata e amadurecida. Porém, como na natureza, tudo passa. Dessa forma, à invernia das dores e dos tormentos, outro ciclo de possibilidades e realizações felizes se faz presente. Novamente surgem os dias de primavera em nossa vida. Por isso, não podemos desanimar ou nos deixar levar por processos depressivos, mergulhando em tristezas profundas, perdendo as esperanças como se tudo fosse um doloroso fim. É apenas o ciclo da vida, que ora nessa ou naquela situação, nos dá a chance de crescimento necessário. Como Espíritos imortais que somos, a cada reencarnação, novos desafios são programados pela Bondade Divina, a fim de que aprendamos as Suas Leis de amor e justiça. Portanto, se hoje os dias nos são invernais, se os céus de nossa vida se mostram cinzentos e sombrios, roguemos ao Senhor da Vida que nos conceda força, bom ânimo. Alimentemos nossa fé na oração. Assim que as lições necessárias se concluirem, as flores da primavera serão nossa recompensa, perfumando nossos caminhos e tornando a nos falar das glórias e da Bondade Divinas. Redação do Momento Espírita. Em 18.10.2012.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Conversão

O episódio das três negações de Pedro é muito emblemático. Contudo, antes que ele ocorresse, Jesus cuidou de alertar o Apóstolo. Segundo a narrativa evangélica, pouco antes da prisão do Mestre, deu-se uma interessante conversa. Nela, Pedro foi avisado de que corria perigo moral. Jesus lhe disse que tinha rogado por ele, a fim de que sua fé não desfalecesse. Afirmou-lhe ainda que, quando se convertesse, deveria confirmar seus irmãos. Pedro afiançou ao Cristo estar disposto a segui-lO à prisão e à morte. Então, Jesus lhe disse que, antes que o galo cantasse, ele O negaria três vezes. * * * Essa narrativa funciona como um alerta. Com frequência, ouve-se o discurso de que é preciso e suficiente aceitar Jesus. Que essa aceitação resolve de imediato todos os problemas da vida. E faz cessar as tribulações materiais e morais. Como um passe de mágica, transforma homens em quase anjos. Entretanto, não é tão fácil a genuína conversão. Muitos portadores de convicções apressadas se equivocam quanto a isso. Incontáveis dizem eu creio, mas poucos podem declarar estou transformado. As palavras de Jesus a Simão Pedro são muito simbólicas. Jesus as proferiu, na véspera do Calvário, na hora grave da última reunião com os discípulos. Recomendava ao pescador de Cafarnaum confirmasse os irmãos na fé, quando se convertesse. Acresce notar que Pedro sempre foi o Seu mais ativo companheiro de apostolado. O Mestre, habitualmente, preferia a Sua casa singela para exercer o Divino ministério do amor. Durante três anos sucessivos, Simão presenciou acontecimentos assombrosos. Viu leprosos limpos, cegos que voltavam a ver, loucos que recuperavam a razão. Deslumbrou-se com a visão do Messias transfigurado no Tabor. Assistiu à saída de Lázaro da escuridão do sepulcro. No entanto, não estava convertido. Ainda lhe faltavam os trabalhos imensos de Jerusalém. Carecia de fazer muitos sacrifícios pessoais. Deveria travar lutas enormes consigo mesmo. Somente depois poderia se considerar convertido ao Evangelho e dar testemunho do Cristo aos irmãos. Assim, não basta maravilhar a própria alma para operar-se a necessária conversão ao bem. A aceitação das revelações espirituais não logra promover a imediata transformação de um homem para Jesus. Simão Pedro presenciou essas revelações com o próprio Messias. Mas custou muito a obter tais títulos. A crença não é um passe de mágica, que tudo resolve e transforma. Ela reclama serviço intenso para frutificar. Demanda esforço, reflexões e renúncias. É preciso trabalhar firme para conseguir se converter. Aprender a servir anonimamente e a perdoar. Apenas após longas vivências no bem, o homem estará habilitado para testemunhar sua condição de cristão. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 15, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 17.10.2012.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Algo grande que sirva para alguém

A moça trabalhava como voluntária numa loja de roupas usadas, um brechó de um hospital. Certo dia, conta ela, adentrou a loja uma certa senhora bastante obesa. Logo a atendente pensou, entristecida: Puxa... Ela não vai encontrar nada na numeração dela... A partir daquele momento, ficou bastante apreensiva, conforme observava a senhora passando de arara em arara, procurando algo. Pensava numa forma de evitar que a cliente se sentisse mal, uma vez que tinha certeza de que não encontraria nada que lhe servisse. Não queria que ela se sentisse excluída e nem que a questão de seu sobrepeso viesse à tona, deixando a estranha sem jeito. Fez, então, uma breve oração, pedindo uma luz para se sair bem daquela situação delicada, evitando que a senhora passasse por qualquer tipo de humilhação naquele momento. Foi quando o esperado aconteceu. A cliente se dirigiu à moça e afirmou, um pouco entristecida e constrangida: É... Não tem nada grande, não é? E a moça, que até aquele instante não soubera o que fazer, abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu, sorrindo: Quem disse?? É claro que tem! Olha só o tamanho deste abraço! - E a abraçou com muito carinho. A loja toda parou para observar a cena inusitada e bela. A senhora, pega de surpresa, entregou-se àquele abraço acolhedor, deixou-se tomar por algumas lágrimas discretas e exclamou: Há quanto tempo ninguém me dava um abraço... Depois de alguns instantes, buscando se recompor, ainda emotiva, finalizou a conversa breve dizendo: Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava... * * * Inspirados nesta singela passagem, poderíamos perguntar: Será que dentro de nós, procurando nos baús de nossa intimidade, nas prateleiras da alma, também não podemos encontrar algo grande que sirva para alguém? Somos aprendizes, sim. Muito nos falta de bagagem moral e intelectual, mas muito já temos para oferecer. Quem não tem condições de dar um abraço sincero? Quem não consegue alguns minutos de sua semana para dedicar a algum tipo de trabalho voluntário? Quem não está apto a proferir uma palavra de estímulo, um elogio, um voto de sucesso ou de paz? Temos todos algo grande dentro de nós: o amor maior em estado de latência, a assinatura do Criador em nossas almas perfectíveis. O que temos de bom não precisa ser guardado a sete chaves conosco. A candeia precisa ser colocada sobre o alqueire para que brilhe para todos. Brilhe, assim, a nossa luz, sem economia e sem medo. Há tantos que precisam dela... Não deixemos passar um dia sequer sem ter sido importantes na vida de alguém, na história de um ser que respira ao nosso lado. Haverá dia em que finalmente entenderemos o que é viver como irmãos na Humanidade inteira. Que esta pergunta possa ecoar em nosso Espírito durante todo este dia: Será que não temos algo grande que sirva para alguém? Redação do Momento Espírita com base em depoimento anônimo, colhido na Internet. Em 16.10.2012.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professores

Você recorda o nome de sua primeira professora? Pois é, quase nunca lembramos. Mas, com certeza, recordamos dos nomes dos nossos professores universitários. E não é pelo fato da proximidade de nossa formatura. Nós os lembramos pelo cabedal de conhecimentos, pela experiência e segurança, dentro de sua área de atuação. Nós os recordamos porque partilharam das nossas lutas mais árduas, a fim de conseguirmos o tão ambicionado diploma. Nós os lembramos porque estiveram conosco nas pesquisas e nas orientações particulares. Também porque foram, muitas vezes, os que nos conduziram aos nossos primeiros estágios, ensaiando-nos para a carreira profissional. Alguns nos orientaram em nossas teses e monografias, a fim de alcançarmos as especializações que almejávamos. Temos razão em recordá-los e com gratidão. Entretanto, de nada adiantaria todo o conhecimento e a experiência deles na universidade, se não tivéssemos chegado até lá. E somente chegamos até lá porque em nossa infância, alguém de extrema dedicação nos abriu a possibilidade da leitura, desvendando-nos o alfabeto. Alguém que teve paciência suficiente para nos ensinar a decifrar os códigos da escrita. Que tomou da nossa mão e foi traçando os contornos das vogais e consoantes, a fim de que aprendêssemos a escrever. Essa criatura foi nossa primeira professora. Enquanto brincávamos ou descansávamos após as horas da escola, ela se debruçava sobre livros à cata de contos e histórias para melhor ilustrar o ensino, no dia seguinte. Enquanto nós dormíamos, ela estava criando e confeccionando materiais com suas mãos habilidosas. Eram personagens, gravuras, painéis para compor a próxima aula. Tudo para que o estudo nos parecesse atraente e a escola nos conquistasse. Crescemos. Hoje, quando lemos com fluência, até em outros idiomas, possivelmente nem nos recordamos das dificuldades dos primeiros momentos. Após tantas conquistas e tantos anos passados, é bom nos lembrarmos da nossa primeira professora, aquela que descobriu a terra propícia da nossa riqueza interior e a despertou. Aquela que nos ensinou os sons precisos das letras e como uni-las, a fim de formar palavras. Aquela que nos forneceu as noções básicas das operações aritméticas, a fim de que pudéssemos entender as noções de quantidade, pesos, medidas. * * * Se você tem hoje filho na escola e se emociona quando ele chega em casa, cantando uma pequena canção ou contando uma história, lembre: há uma criatura muito especial que se dedica de forma muito particular a ensinar-lhe muitas coisas, todos os dias. Por isso, da próxima vez que seu filho olhar para uma placa ou painel de propaganda, em plena rua e começar a soletrar, tentando unir as letras para formar palavras e você o olhar com orgulho, não deixe de lembrar do tesouro precioso que é a escola. Mais do que isso, não esqueça de agradecer, de vez em quando, à professora, por essas pequenas grandes conquistas do seu filho. Redação do Momento Espírita, em homenagem à Eugédia Maria Therezinha Venzon Bittencourt. Em 15.10.2012.

sábado, 13 de outubro de 2012

A parábola relembrada

Conta-se que, após ouvir a parábola do samaritano, narrada por Jesus, o Apóstolo Tadeu ficou muito interessado no assunto. Mais tarde, pediu que o Mestre fosse mais explícito nos ensinamentos. Jesus, com Sua peculiar bondade, relatou o seguinte: Um homem enfermo jazia no chão, às portas de grande cidade. Pequena massa popular assistia indiferente aos seus esgares de dor. Passou por ali um moço romano de coração generoso. Apressado, atirou-lhe duas moedas de prata, que um rapazelho de maus costumes subtraiu às ocultas. Logo após, transitou pelo local um venerando escriba da lei. Alegando tarefas urgentes a realizar, prometeu enviar autoridades, em benefício do mendigo anônimo. Quase de imediato, desfilou por ali um sacerdote, que lançou ao viajante desamparado um gesto de bênção. Afirmando que o culto a Deus o esperava, estimulou o povo a asilar o doente e alimentá-lo. Depois dele, surgiu respeitável senhora, a quem o pobre dirigiu comovente súplica. A nobre matrona lastimou as dificuldades de sua condição de mulher. Invocou o cavalheirismo masculino para aliviá-lo, como se fazia imprescindível. Minutos mais tarde, um grande juiz passou pelo mesmo trecho da via pública. Afirmou que nomearia algumas testemunhas, a fim de verificar se o mísero não era algum viciado vulgar, e se afastou. Decorridos ainda alguns instantes, veio à cena um mercador. Condoído, asseverou a sua carência de tempo e deu vinte moedas a um homem que lhe pareceu simpático. Assim, esperou que o problema de assistência fosse resolvido. Mas o preposto improvisado era um malfeitor e fugiu com o dinheiro sem prestar o socorro prometido. O doente tremia e suava de dor, rojado ao pó. Foi quando surgiu um velho publicano, considerado de má vida, por não adorar o Senhor segundo as regras dos fariseus. Com espanto de todos, aproximou-se do infeliz e lhe endereçou palavras de encorajamento e carinho. Deu-lhe o braço e o levantou, sustentando-o com as próprias energias. Conduziu-o a uma estalagem de confiança, fornecendo-lhe medicação adequada. Também dividiu com ele o dinheiro que trazia consigo. Em seguida, retomou com tranquilidade o seu caminho. Depois de interromper-se ligeiramente, o Mestre perguntou ao discípulo: Em sua opinião, quem exerceu a caridade legítima? Sem dúvida, foi o publicano, exclamou Tadeu. Além de dar o dinheiro e palavras, deu também o sentimento, o tempo, o braço e o estímulo fraterno. E para tudo usou das próprias forças. Jesus fitou no aprendiz os olhos penetrantes e rematou: Então, faça o mesmo. * * * A caridade por substitutos é indiscutivelmente honrosa e louvável. Mas o bem que praticamos em sentido direto, dando de nós mesmos, é sempre o maior e o mais seguro de todos. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 29, do livro Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 13.10.2012.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Prece eficaz

Em sua passagem pelo mundo, Jesus se notabilizou pela pureza, pela bondade e pela sabedoria. A meditação sobre Sua vida é sempre salutar. Um aspecto interessante para refletir consiste no hábito que Jesus tinha de orar. Nas mais diversas oportunidades, buscava se conectar com o Pai. A pedido dos Apóstolos, ensinou-lhes a oração dominical. Em Suas derradeiras instruções, antes de experimentar o martírio, Ele também tratou da prece. Disse que, até aquele momento, os discípulos nada haviam pedido em Seu nome. Mas que, ao pedirem, receberiam, para que sua alegria se cumprisse. Com base nessa assertiva, muitos cristãos entendem que toda e qualquer oração deve ser atendida. Não têm pudor de rogar ao Senhor da Vida a satisfação de fantasias e caprichos. Ou então pedem para que a morte poupe um ente querido. De outras vezes, rogam para ter vida tranquila, ao abrigo de imprevistos e desastres. Imaginam que todos os seus problemas se solucionarão, ao simples custo de uma rogativa. Olvidam a lei do trabalho, para se lançarem no simples petitório. Desejam facilidades, sucesso sem esforço. Acreditam que sua condição de cristãos lhes garante uma posição privilegiada no mundo. Com isso, esquecem outra afirmativa do Messias Divino, no sentido de ser necessário tomar a própria cruz. Ou seja, esforçar-se para superar os percalços do mundo. Guardar dignidade frente às tentações. Servir de exemplo, com uma vida laboriosa e serena. Na ausência de pronto atendimento a suas rogativas, quedam desalentados. Entretanto, há um aspecto importante a ser observado. Jesus prometeu a resposta do céu aos que pedissem em Seu nome. Por isso mesmo, a alma crente, convicta da sua fragilidade, precisa interrogar a própria consciência. Deve analisar o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais. Estará ela suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? A título de orar, não estará apenas cultivando o hábito da reclamação? Pedir, em nome de Jesus, implica aceitar a Vontade Divina sábia e amorosa. Essa rogativa tão especial pressupõe a entrega do próprio coração. E quem se entrega ao Divino Amigo sabe se contentar com o necessário que lhe é concedido. Nessa entrega reside o segredo da compreensão perfeita da sublimidade do amor de Deus. Ele não envolve Suas criaturas em padecimentos com o propósito de vê-las sofrer. Experiências dilaceradoras destinam-se a fazer surgir a pureza dos anjos. Elas propiciam a superação do estágio de infância espiritual. Chamam a atenção para o que realmente importa: a consciência tranquila, a fraternidade e a fé. Nisso reside a genuína alegria do cristão, que jamais perece. Pense a respeito. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 66, do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 8.8.2012.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Avisos do Alto

Narra-se que Chico Xavier estava parado defronte ao correio, conversando com seu irmão André, quando um policial passou por perto e, colocando o braço direito sobre seu ombro, lhe disse: Muito obrigado, Chico! E foi andando. Chico ficou intrigado com aquele agradecimento. Não podia atinar com a causa. À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã. Passou mais perto e observou que o guarda tentava a­partar uma briga entre dois irmãos, que se desentenderam por coisas de somenos importância. O policial, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava, envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade. Chico, mais que depressa, chegou perto e pediu-lhe: Calma, meu irmão. O guarda voltou-se contrariado mas, reconhecendo Chico, como que envergonhado do seu ato, parou de súbito e exclamou: Muito obrigado, Chico! Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos... À noite, indo Chico para o Centro Espírita, encontrou-se com o oficial novamente: Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes. Por duas vezes? Como? Anteontem sonhei com você, que me dizia: "Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isso por uns dias..." Por isso é que lhe disse, hoje, pela manhã: "Obrigado, Chico!" Referia-me ao sonho, ao seu aviso. Mas me esqueci de atendê-lo. Saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espiri­tuais na hora justa, teria feito hoje uma grande bobagem. Poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico. Muito obrigado, Deus nos ajude sempre! * * * O fato mostra, primeiramente, como Chico era um instrumento da paz neste mundo. Visitando o amigo em sonho e depois o salvando, pessoalmente, de se comprometer seriamente com a vida. Também mostra como ainda ignoramos mensagens claras de alerta, de aviso, que buscam nos preservar de problemas maiores na existência. A espiritualidade se utiliza dos sonhos, das intuições e até dos que estão ao nosso redor para nos dar recados, para nos trazer advertências preciosas. Só quem está com os pensamentos em equilíbrio e com a alma tranquila, consegue ouvir e se aproveitar dessas oportunidades inigualáveis. Aqueles que estamos nervosos, afundados em ódios e pensamentos negativos, tornamo-nos surdos a qualquer bom conselho que possa nos ser dado. Os Espíritos influenciam muito nossos pensamentos e atos. Escolher que conselhos vamos ouvir, que influências, boas ou más, iremos nos permitir, é escolha apenas nossa. Utilizemos nossa sensibilidade. Prestemos maior atenção às intuições. Paremos, sempre que possível, elevando o pensamento em oração e perceberemos que podemos receber muito mais ajuda do que imaginamos. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 48, do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake. Em 7.8.2012.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Luzes do entardecer

Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto ao coração, as luzes do próprio grupo familiar. Pensa naqueles que te preservaram, quando jovens, a existência frágil, nos panos do berço. Naqueles que atravessaram noites em claro, simplesmente para te velar o sono febril. Reflete nos que te equilibraram os primeiros passos, enquanto tentavas andar sozinho. Todas as vezes que caíste, eles te ergueram, sem reclamar de dores nas costas, por terem que se agachar quase até o chão, porque eras tão pequenino... Recorda os que te afagaram os sonhos da meninice, que sorriram com as tuas primeiras conquistas, que sempre estiveram presentes nas festas de aniversário, nos encerramentos escolares, nas peças de teatro em que figuravas. Quando chegavas em casa tristonho, insatisfeito com o resultado da disputa do jogo de futebol entre colegas, sempre tiveram uma palavra de consolo e um colo amigo. Já que eles atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinaram a valorizar os tesouros do tempo. Medita nas dificuldades que terão vencido para serem quem são. Também foram adolescentes, jovens. Tiveram sonhos... Pensa no suor que lhes alterou as linhas da face. Suor das tantas tarefas profissionais e no lar. Tantas tarefas para que não te faltasse o teto, o pão, o abrigo e o carinho. Pensa nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos. Muitas delas ocasionadas por tua rebeldia de criança que teimava em não amadurecer. Quando, hoje, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência. Não estarão te ferindo. Provavelmente estão murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são tão especialmente queridos. Ama e respeita os companheiros idosos! Eles são as vigas que te escoram o teto da experiência para seres o que és. Auxilia os idosos, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia-a-dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam no mundo, a hora do entardecer. * * * Exercita a gentileza e a gratidão para com todas as pessoas, especialmente os idosos. A velhice é uma fase que alcançarás, com certeza, caso a morte não te arrebate o corpo antes. Pode parecer cansativa a presença do idoso. Ele, porém, é rico da experiência que te pode brindar, mas também é carente dos recursos que lhe podes oferecer. Redação do Momento Espírita, a partir da mensagem Luzes do entardecer, pelo Espírito Meimei, psicografia de Francisco Cândido Xavier e do cap. XXIX, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 6.8.2012.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O mundo e o mal

Em certo trecho do Evangelho, Jesus faz uma longa oração pelos Seus discípulos. Nessa oração, Ele pede a Deus que não os tire do mundo, mas que os livre do mal. Esse trecho da prece do Cristo suscita as mais interessantes reflexões. Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte. Muitas não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis em seu futuro espiritual. Nessa expectativa de um amanhã rosado e glorioso, esquecem o esforço próprio. Não fazem o possível para tornar melhor o mundo em que vivem. Olvidam a bênção do trabalho, da disciplina e da perseverança. Envolvem-se o mínimo possível com o sofrimento alheio. Parecem achar que a vida na Terra é simplesmente algo a ser suportado. Quanto antes passar, da forma mais automática possível, mais rapidamente entrarão na posse de uma felicidade perfeita. Contudo, o anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do Espírito. Afinal, orando ao Pai por Seus discípulos, Jesus não rogou para que fossem retirados do mundo. Pediu apenas que fossem libertos do mal. Trata-se de um eloquente sinal de que o importante para as criaturas não consiste em trocar de domicílio. Na Terra ou no Plano Espiritual, continuam as mesmas. O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam. A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama, brotam lírios de delicado aroma. Sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias. De nada adianta alguém partir do planeta, quando seus males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, a imensa maioria dos homens se assemelha aos portadores das chamadas moléstias incuráveis. Podem trocar de residência. Mas a mudança é quase nada, se as feridas os acompanham. O relevante é embelezar o mundo e aprimorá-lo. E isso se realiza mediante a transformação moral dos homens. Nessa linha, cada ser humano é colocado no melhor contexto para que se aperfeiçoe. Então, você não precisa morrer e nem mesmo trocar de vizinhança, de emprego, de família ou de país para ser feliz. Necessita, sim, ser digno e generoso onde quer que a vida o tenha colocado. Precisa aprender a perdoar e a dar de si, em vez de reclamar auxílio dos outros. Quando se tornar trabalhador, desprendido, leal e bondoso, viverá em paz em qualquer ambiente. Ainda que desafiado por fatores externos, possuirá um pedaço do céu em seu coração. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30 do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 01.06.2012.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Miséria

O garoto levantou cedo. Naquele dia, junto com os demais colegas, eles iriam conhecer uma favela. Meninos ricos, estudando em um colégio maravilhoso, receberam a proposta do professor de sociologia para conhecer as diferenças sociais. O garoto nem podia imaginar o que era uma favela. É claro que ele já havia visto meninos de rua, que lhe haviam dito serem filhos de ninguém. Mas uma favela, ele jamais vira. Todos foram aconselhados a vestir roupas mais simples, a fim de não afrontar a miséria que visitariam. Logo que o ônibus foi se aproximando do local, Pedrinho pôde perceber porque aquele local era conhecido na cidade como um flagelo, uma desgraça muito grande que atinge muita gente ao mesmo tempo. Não havia estrada asfaltada e, como chovera na noite anterior, a rua era um lamaçal enorme que, com dificuldade, o ônibus ia vencendo. Não havia jardins, nem postes, calçadas, vitrinas. Nem caminhões de limpeza urbana. O lixo se amontoava por toda parte. Quando chegaram enfim, à entrada da favela, o que viu foram caminhos estreitos, lamacentos, malcheirosos, insinuando-se por entre tábuas apodrecidas, juntadas de qualquer jeito. As tábuas pareciam formar casebres, mas tão esburacados que era difícil acreditar que se pudessem manter em pé. As portas eram remendadas com papelão ou velhos pedaços de lata. Pedrinho lembrou de sua casa enorme, em que cada um tinha seu próprio quarto, com banheiro individual, uma sala de jogos, uma para televisão, a sala de visitas, de jantar. Tantos cômodos. E ali, as pessoas se amontoavam nos barracos onde sempre vivia mais gente do que podiam conter. Vivendo tão apertados uns com os outros, deveriam se sentir muito mal, ele pensou. E infelizes. Com certeza, aquela cidade repelente envergonhava a cidade limpa, de cimento e tijolos, varrida todas as manhãs e bem iluminada todas as noites. Pedrinho viu um homem batendo na mulher e uma criança chorando, assustada. Descobriu que a miséria torna os homens ruins. E também propiciava o roubo, que se apoderava das carteiras dos outros. O vício, sempre à espreita de qualquer coisa desonesta. O crime, sempre de revólver na mão. Pedrinho concluiu que, para acabar com aquilo tudo, era necessário amor. Só o amor poderia chegar ali e oferecer trabalho. Com trabalho, as pessoas conseguem dinheiro. O dinheiro permite comprar coisas e aquelas crianças teriam colchão para dormir e cobertas para as noites frias. Não passariam fome porque haveria pão e leite sobre as mesas. Assim, elas não precisariam mais revirar o lixo, procurando restos de comida. Só o amor poderia chegar ali e orientar as pessoas a melhor construir suas casas, ofertando madeira de melhor qualidade. E as criaturas poderiam se acomodar melhor, não como coelhos dentro de uma toca. Só o amor saberia transformar a lama em jardim, os caminhos estreitos em ruas bem alinhadas, com calçadas de pedra. Só o amor lembraria de construir uma escola, uma creche para abrigar todas as crianças que ali viviam. Com as crianças na escola e na creche, suas mães também poderiam procurar trabalho, que significaria melhores condições para a família. Só o amor poderia se lembrar que todos somos filhos de Deus e merecemos viver com dignidade. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10 do livro O menino do dedo verde, de Maurice Druon, ed. José Olympio. Em 31.05.2012.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Todos podem ser generosos

Quando tinha treze anos, Severino saiu de Olho D'água Seco, no sertão de Pernambuco, para morar com um tio na capital, Recife. Certo dia perdeu-se na cidade grande. Sem saber ler, não conseguia encontrar o caminho de volta olhando as placas e o nome das ruas. Era como se fosse cego, diz. Quando, afinal, achou o endereço, pediu ao tio para lhe comprar uma cartilha de alfabetização. Sozinho, aprendeu a ler e a escrever. Um ano depois, voltou ao sertão e tratou de ensinar o que sabia à irmã. Não era muito, mas era o bastante. Depois, improvisou uma escolinha para alfabetizar outros moradores. Já tinha ensinado duzentas e trinta e uma pessoas a ler quando deixou Pernambuco, há vinte e quatro anos, por uma vida melhor em São Paulo. Durante a viagem, ensinou mais doze conterrâneos a assinar o próprio nome. Gosto de passar adiante tudo o que aprendo. Não vou levar nada para o caixão. Então tenho de compartilhar o que sei com quem precisa, senão esse conhecimento morre comigo, conta ele. * * * Estamos acostumados a reconhecer a generosidade em gestos grandiosos como o de Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do planeta, que doou vinte e nove bilhões de dólares à instituição de combate à pobreza que fundou com a mulher, Melinda. Mas a história de Severino não deixa dúvida de que a generosidade pode ser praticada mesmo por quem tem pouco ou quase nada - e de várias formas, muito além de dar bens que sobram. Alguns exemplos são: Antônio, um desembargador de justiça, que conta histórias para crianças num hospital. Élcio, que incentiva a solidariedade na empresa que lidera, e ajudou a fazer dela um dos melhores lugares do mundo para trabalhar. Juliana e Marina, que fazem as pessoas rir sem pedir nada em troca. Danielle, que aos sessenta e três anos, ajuda milhares de deficientes visuais a ter acesso a livros. Todos podemos ser generosos, e se desejamos realmente um mundo melhor, começar pela benevolência nas pequenas coisas, nos gestos singelos, é fundamental. Em O Livro dos Espíritos, encontramos a Espiritualidade respondendo que o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus é: Benevolência para com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas. Assim, percebemos que, no coração generoso, benevolente, está a essência da caridade como nos ensinou o Mestre. * * * Você já foi generoso hoje? Proponha a você mesmo este desafio. Faça este convite. Pratique um ato, pequeno que seja, de generosidade, no dia de hoje e veja os resultados. Não o resultado do reconhecimento - pois ele quase sempre não vem, e não deve ser nosso foco - mas o resultado em sua alma, em sua alegria interior. Não há quem resista ao poder sedutor da benevolência. Sempre saímos diferentes, mais leves, mais felizes. Dê do pouco que tem, mas dê. Não é necessário ter muito para dar. Dar-se é, certamente, muito mais valioso do que dar coisas. Doe-se ao outro. Doe-se ao mundo. Doe sua vida ao amor e ganhe a felicidade tão sonhada! Redação do Momento Espírita com base em artigo da revista Sorria, v.1, de março/abril de 2008, e no item 886, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed .Feb. Em 30.05.2012.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Nossos pesos

Você se sente, em alguns dias, como se carregasse o peso do mundo? Sente-se excessivamente cansado, atormentado, assoberbado de tarefas? Talvez seja interessante refletir um pouco a respeito do que o está deixando tão exausto, quase desencantado da vida. Conta-se que um conferencista tomou de um copo, nele despejou água e o ergueu, mostrando para a plateia. Então, lançou a pergunta: Quanto vocês acham que pesa este copo? As respostas variaram entre vinte e quinhentos gramas. Bom, completou o conferencista, o peso real do copo não importa. O que importa é por quanto tempo eu o segurarei levantado. Se o segurar por um minuto, tudo bem. Se o segurar durante um dia inteiro, precisarei de uma ambulância para me socorrer. O peso é o mesmo, mas quanto mais o seguro, mais pesado ele ficará. Isso quer dizer que se carregamos nossos pesos o tempo todo, mais cedo ou mais tarde não seremos mais capazes de continuar. A carga irá se tornando cada vez mais pesada. É preciso largar o copo, descansar um pouco, antes de segurá-lo novamente. Temos que deixar a carga de lado, periodicamente. Isso alivia e nos torna capazes de continuar. Portanto, antes de você voltar para casa, deixe o peso do trabalho num canto. Não o carregue para o lar. Você poderá retomá-lo, no dia seguinte. * * * Há sabedoria nas palavras do conferencista. Por isso mesmo, o Sábio de Nazaré, há mais de dois mil anos recomendou: A cada dia basta sua própria aflição. Equivale a dizer que devemos saber nos empenhar em algo que precisa ser feito, que exija todo nosso esforço. Mas que, depois de um tempo, precisamos relaxar, espairecer, trocar de tarefa. A lei trabalhista estabelece o cômputo de horas ao trabalhador. Também o dia do repouso, das férias. Na escola, temos horários de estudo, intercalados com intervalos. Pensemos, portanto, e comecemos a agir com sabedoria. Enquanto no trabalho, todo empenho. Vencidas as horas de esforço mental ou físico, envolvamo-nos em outra atividade prazerosa. Busquemos o lar e vivamos, intensamente, com nossos familiares. Observemos o filho no berço, o outro que ensaia as primeiras letras no papel. Preocupemo-nos em saber se tudo está bem. Conversemos. Desanuviemos o cenho, agora é o momento da família. E não esqueçamos de momentos para a oração, para a boa música, a leitura nobre, que nos refaça a intimidade, nos descanse a alma. Vinculemo-nos a um trabalho voluntário. Cultivemos nosso jardim. Podemos as árvores. Colhamos flores. Despertemos mais cedo e observemos o nascer do sol. Encantemo-nos com o cair da tarde. Em suma: vivamos cada momento com todas as nossas energias. Cada momento, sem levar conosco cargas desnecessárias. Lembremos Jesus: A cada dia basta sua própria aflição. Redação do Momento Espírita, com base no texto O copo d´água, de autoria desconhecida. Em 29.05.2012.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Magia do amor

Um executivo foi a uma palestra e ouviu um grande tribuno falar sobre o maior bem da vida que é a paz interior. Podemos tê-la em qualquer lugar, sozinhos ou acompanhados. Pois o executivo resolveu fazer uma experiência. Pegou cinco belas flores e saiu com elas pela rua, em plena cidade de São Francisco, na Califórnia. Logo notou que as cabeças se viravam e os sorrisos se abriam para ele. Chegou ao estacionamento e a funcionária do caixa elogiou o seu pequeno buquê. Ela quase caiu da cadeira quando ele lhe disse que podia escolher uma flor. Segundos depois ele se aproximou de outra mulher, que não assistira à cena anterior, e ela falou do perfume que ele trazia ao ambiente. Ele lhe ofereceu uma flor. Espantada e feliz com o inesperado, saiu dali quase a flutuar, afinal, quem distribui flores perfumadas numa garagem pública quase deserta, num domingo, perto das vinte e duas horas? Completamente embriagado pela magia daqueles momentos, ele entrou num restaurante. Uma garçonete, com ar de preocupação, foi atendê-lo. Ele percebeu que as flores mexeram com ela. Como se sentia com poderes especiais para fazer os outros felizes, depois das duas experiências anteriores, ele deu a ela uma flor e um botão por abrir e lhe disse que cuidasse bem dele, pois, ao desabrochar, lhe traria uma mensagem de amor. Dias depois ele voltou ao restaurante. A garçonete sorriu para ele com ar de quem tinha encontrado a fórmula da felicidade e falou: A flor abriu. A mensagem era linda. Muito obrigada. O executivo sorriu também. Sentia-se um mágico: com flores, amor no coração e uma mensagem positiva, inventada ao sabor do momento, produzia alegria. Tão simples que até parecia irreal. Na manhã seguinte, ele precisava abrir um portão para passar com o carro. Surgida nem se sabe de onde, uma sorridente mulher desconhecida, que passava correndo, o abriu e fechou para ele, espontaneamente. Ele compreendeu que havia uma harmonia universal ao seu dispor. Bastava que a buscasse. E passou a recomendar: Tente você também, desinteressadamente. Dá certo e a recompensa é doce! * * * Se você é daquelas pessoas que vive correndo, com pressa, pense um momento: Por que a pressa? Vai salvar o mundo? Salve este momento vivendo-o com amor ao próximo e a si mesmo. Seja mensageiro da luz, distribuindo flores em vez de espinhos. Pense em algo diferente, surpreendente que você possa fazer para melhorar o ambiente do seu lar, do seu local de trabalho. Já pensou em colocar sua mesa mais perto da janela, para ser beijado pelo sol, enquanto você trabalha? Isso é amor a você mesmo. Já pensou em levar flores para sua casa e as colocar na sala, perfumando o ambiente, alegrando a todos? Isso é amor ao próximo. Um e outro nos dão felicidade. A felicidade desde agora, não mais tarde, amanhã ou depois da morte. A felicidade de nos sentir e fazer os outros felizes. Redação do Momento Espírita, com base no artigo A magia amorosa de Divaldo Pereira Franco, de José Luiz Emerim, correspondente do jornal O Popular, Goiânia,Go. Em 28.05.2012.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Caminhos do desamor

Dia desses passamos por uma rua e nos chamou a atenção um grande muro, à frente de uma casa. Com todo capricho, o muro estava pintado com uma cor clara e, pequenos canteiros, com flores miúdas, haviam sido colocados à beira da calçada. Um primor! Infelizmente, bem no meio do muro, havia sido escrito em letras pretas, tortas, grotescas, destoando totalmente da beleza e bom gosto do dono da casa: Jesus te ama! A mensagem é positiva, no entanto, pichar propriedade alheia mostra, em primeira mão, que Jesus ama a todos, com certeza, mas nós ainda não aprendemos a amar nosso irmão. Não respeitar a propriedade alheia, não preservar o que outro gastou em economias, em trabalho, em esforço, para conseguir é falta total de amor. E se proclamamos que Jesus nos ama, devemos recordar que Ele nos recomendou que nos devíamos amar uns aos outros como Ele nos amou. Ele, portanto, prescreveu a forma de amar que deveríamos seguir. Precisamos aprender a seguir-Lhe o exemplo. E oportunidades para isso não faltam. Dizemo-nos um país religioso, no entanto, como escreveu João Ubaldo Ribeiro, em uma de suas crônicas, nossas empresas são verdadeiras papelarias. Os empregados, que ganhamos nosso salário mensal, levamos para casa todos os dias papel, clipes, lápis, canetas, tudo de que precisa nosso filho para fazer o trabalho da escola. Ou para nós mesmos utilizarmos. Quanta desonestidade em nosso proceder. Nem nos lembramos que, com tais ações, não estamos obedecendo ao sétimo mandamento do Decálogo. E nosso desamor ao próximo continua. Basta olharmos para nosso planeta. Aplaudimos os discursos dos que nos conclamam ao mundo sustentável, à reciclagem do lixo, à coleta seletiva e tudo o mais. Comparecemos a caminhadas que objetivam conscientizar a todos a respeito da correta postura ecológica. Contudo, muitos de nós vamos deixando pelo caminho as marcas da nossa passagem: copos e garrafas descartáveis, papéis de bala, etc. E não estaremos amando nosso próximo enquanto nos ônibus as pessoas idosas, gestantes, com crianças ao colo estiverem em pé e nós fingirmos dormir para não lhes dar o lugar. Nem mesmo quando alardeamos que temos TV a cabo em casa, mas nada pagamos por ela, porque puxamos o cabo da casa do vizinho. Enquanto não houver o mínimo respeito pela propriedade do outro, pelos bens públicos, ainda estaremos estacionados no desamor. Enquanto acreditarmos que o bom mesmo é ser esperto e passar o outro para trás e ainda nos vangloriarmos do feito, não estaremos no caminho do amor. Enquanto ensinarmos, por nossos atos, às gerações futuras que o bom é ficar rico, da noite para o dia, não importando os métodos; que o bom é sempre levar vantagem em tudo, ainda estacionamos no desamor. Pensemos nisso: quem ama serve ao semelhante, ajuda a planta e socorre o animal. Quem ama, preserva o mundo em que vive e que o seu irmão também vive. Todos desejamos um mundo melhor, mais justo, sadio e agradável. Lembremos que tudo depende de nós, de cada um de nós. Redação do Momento Espírita. Em 25.05.2012.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Justiça e discurso

As pessoas costumam discursar a respeito da justiça. Em geral, o que não agrada é tido como injusto. Esse hábito em muito se assemelha à forma pela qual as crianças veem o mundo. O discurso infantil é centrado no atendimento dos próprios desejos. Qualquer obstáculo é visto como indevido. Essa infantilidade no modo de perceber o mundo se reflete nos mais variados contextos. No trabalho, o designado para desempenhar uma tarefa árdua ou dar uma notícia desagradável sente-se injustiçado. Dentre os filhos, se um precisa devotar mais tempo a pais velhos ou enfermos, a percepção costuma ser essa. Esse sentir focado no egoísmo também assume outros contornos. Ganha importância na sociedade a cultura da indenização. Ao menor transtorno, busca-se responsabilizar o pretenso causador. Em face de desentendimentos, procura-se colocar tudo em pratos limpos. É como se ninguém estivesse disposto a compreender, a contemporizar e a perdoar. Contudo, o discurso da busca de justiça muitas vezes disfarça o sentimento de vingança. No mundo, muitos crimes se praticam sob a justificativa de se estar fazendo ou buscando justiça. Para quem se afirma cristão, é imperioso refletir um pouco antes de trilhar esse caminho. Jesus sempre se posicionou com bastante firmeza. Defendeu a mulher adúltera, em face de quem queria apedrejá-la. Sustentou com vigor que o templo fosse utilizado de forma santa, em vez de se converter em um mercado. Ele se mantinha vigilante em todos os atos alusivos à justiça para com os outros. Nunca lhe faltou coragem e nem capacidade de argumentação. Contudo, quando encaminhado à cruz, não clamou pela justiça dos homens. Ao assim agir, sinalizou a grandeza que existe em abdicar das próprias razões, em prol de um objetivo maior. Por certo, tal atitude não implicou desconsideração para com o trabalho dos juízes honestos no mundo. Mas estabeleceu um padrão de prudência para todos os discípulos de seu evangelho. Quando em pauta interesses alheios, é importante atentar para o estrito cumprimento dos imperativos legais. Entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos envolvem o eu, convém moderar os impulsos de reivindicação. A visão humana é incompleta para perceber a extensão dos dramas que se apresentam. Muitas vezes, a aparente injustiça que se vive representa o resgate de graves equívocos do passado. É difícil ter certeza quanto à própria posição perante a vida, considerada nos termos mais vastos de várias encarnações. Na dúvida, a abstenção de reclamos é uma medida a ser considerada. Antes de discursar contra qualquer injustiça pessoal, pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 18, do livro Missionários da luz, pelo Espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 24.05.2012.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Telefonema salvador

Ele era um pastor invulgar. Realizava atos de benevolência de grandes proporções. Era conhecido pelo seu coração bondoso e sua cordialidade. Onde quer que estivesse, abraçava e beijava estranhos, perguntava seus nomes e números de telefone. Sempre dizia: Como é bom conhecer você! Quero saber tudo a seu respeito. Dê-me seu nome e o número de telefone e eu lhe telefonarei. As anotações eram feitas em tiras de papel, guardanapos descartáveis, cartões de visitas e tudo era enfiado nos bolsos da calça e do paletó, sempre cheios. Quando as pessoas viam aquele enorme volume de anotações, com nomes e telefones, ficavam se perguntando se valeria a pena dar o número do telefone para o pastor. Algumas acreditavam que, ao chegar em casa, ele jogasse tudo aquilo no lixo. Mas, os telefonemas aconteciam. Por vezes, alguns minutos depois ou horas mais tarde. Às vezes, levava anos. No ano de 1980, um estranho deu o número de telefone ao pastor. Foi durante um concerto. O homem esperou e esperou. Nada. Nenhum telefonema. Ficou muito desapontado e pensou que aquele pastor era um cara muito famoso e ocupado. Claro que jamais lhe iria telefonar. Dez anos se passaram. Então, numa manhã, o telefone tocou. O homem nem queria atender. Estava tão desesperado que não desejava falar com ninguém. Entretanto, o telefone tocou com tanta insistência que ele resolveu atender. Olá, irmão, disse a voz do outro lado. Como vai? Era a voz jovial do pastor. O homem ficou estarrecido. O que é que fizera o pastor telefonar, dez anos depois? A resposta não se fez demorar: Bem, eu estava procurando um livro para estudo, um livro que não uso há muito tempo. Quando o encontrei e o abri, caiu um papelzinho de dentro dele, onde estavam escritos o seu nome e seu número de telefone. Achei que era um sinal de Deus e resolvi ligar para você, de imediato. O homem sentiu que uma descarga elétrica lhe percorria o corpo e a alma. Mal conseguiu balbuciar a frase: Pastor, você ligou bem a tempo. Olhou para o laço de corda que estava pendurado no teto e para a cadeira que estava debaixo dele. O telefonema do rabino lhe salvou a vida. * * * Você sabia que, em cada cem mil habitantes do nosso país, três buscam a morte de forma voluntária? E que o país com o maior índice de suicidas é a Estônia, com quarenta e um suicidas por cem mil habitantes? No Japão são vinte e seis e doze, nos Estados Unidos. E, como a narrativa demonstra, por vezes basta uma simples palavra para deter o gesto impensado e destruidor da vida. No mundo atual, com tanta indiferença e problemas, as pessoas andam em desespero, muitas vezes. É bom estarmos atentos para determos, a tempo, um gesto de loucura de alguém que deseja pôr fim à própria existência. Para isso é preciso olhar ao redor, não somente para frente. Mais do que isso, é preciso aprender a olhar com olhos de ver, a fim de descobrir as dores ocultas nos olhos mudos e nos gestos trêmulos dos que nos cercam, nos servem e convivem conosco. Redação do Momento Espírita, com base no livro Pequenos milagres, v. 2, de Yitta Halberstam & Judith Leventhal, ed. Sextante. Em 23.05.2012.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Nascimentos

Você tem ideia de quantas pessoas nascem por minuto no mundo? Inacreditavelmente, enquanto você ouve este texto, considerando cerca de cinco minutos, irão nascer por volta de mil pessoas no planeta. Sim, são mais ou menos duzentos nascimentos por minuto, ou ainda, de três a quatro por segundo! será que conseguimos imaginar a alegria desses pais, dessas famílias, recebendo - alguns pela primeira vez - o milagre de um filho nos braços? Em meio a tantas notícias ruins - que parecem vender melhor que as boas, nos meios de comunicação, faz-se necessário que pensemos na vida, e não apenas na violência, nos assassinatos e mortes drásticas. O site breathingearth.com apresenta uma proposta muito interessante, com um desenho do mapa mundi animado, mostrando em cada país, em cada continente, alguns dados importantes, atualizados instantaneamente. Entre eles a natalidade no globo, sendo assinalada com pequenas estrelas que vão piscando aqui e ali, conforme os nascimentos em cada lugar. A representação com estrelas é muito significativa, aos olhos daqueles mais sensíveis às belezas da vida. Cada estrela daquelas é uma nova encarnação, uma nova oportunidade, uma nova chance que um Espírito recebe do Criador. Nascemos aqui e ali com objetivos certos e importantes. Resgates, provas, missões - fazem-nos retornar ao cenário terrestre para que continuemos nossa caminhada rumo à tão sonhada felicidade. Felicidade que vai sendo construída e gozada ao longo das próprias experiências, conforme vamos amadurecendo e encontrando os caminhos do amor. Nascer é ganhar do Criador nova oportunidade, mas é também dar a si mesmo uma nova chance. A grande maioria dos lares nos recebe de braços abertos, e nos corações dos pais temos aqueles que mais irão se esmerar para que tenhamos uma boa vida na Terra. Voltar a viver pode significar um reaprisionamento para o Espírito, que precisa vestir novo corpo material, porém, por outro lado a reencarnação é libertadora. Libertamo-nos das amarras de ódios antigos. Libertamo-nos da tristeza das experiências frustradas do passado. Libertamo-nos do nosso homem velho pois, a cada vida, temos a chance de moldar um novo eu. Renascer é libertar-se. Quando nos dispomos a amar, quando nos dispomos a reconstruir o que nós mesmos destruímos, libertamo-nos da culpa, do medo, e passamos a caminhar de cabeça erguida. Isso é liberdade. * * * Pense nos duzentos renascimentos por minuto... Quantos abraços... Quantas lágrimas... Quanta felicidade. Que maravilha é esse ir e vir do planeta Terra! Quantas experiências, quantos planos, quanto aprendizado. Possivelmente você que nos ouve já nasceu há uns bons anos, mas é sempre tempo de voltar a pensar em renascer. Renascer dentro da própria vida. Por que não? Tantas e tantas vezes quantas se fizer necessário. Renascer da água e do Espírito, tal a Lei apontando o caminho da felicidade maior almejada. Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei. Redação do Momento Espírita. Em 22.05.2012.

terça-feira, 20 de março de 2012

Renovando os ares espirituais

O grande anfiteatro oval romano, que conhecemos como Coliseu, foi mandado construir pelo Imperador Vespasiano, por volta do ano Setenta. O Imperador Domiciano o concluiu no ano Oitenta e dois. Suas arquibancadas tinham capacidade para oitenta mil pessoas. Os assentos eram de mármore e, para evitar problemas nas saídas dos espetáculos, os arquitetos projetaram oitenta escadarias. Assim, em menos de três minutos, o Coliseu podia ser totalmente evacuado. Ao ensejo da sua inauguração, as festas e jogos duraram cem dias. Nesse período, morreram nove mil animais e dois mil gladiadores. Ao longo dos anos, serviu também à representação de tragédias e comédias. Chegaram mesmo a se realizar simulações de batalhas navais. Também foi local onde muitos cristãos perderam a vida, lançados às feras. Esses espetáculos sangrentos, de triste memória, eram assistidos em quase delírio. Hoje, as ruínas ainda permanecem carregadas de um clima misterioso, símbolo do Império Romano e da cidade eterna. Curiosamente, nesse mesmo local onde os cristãos entravam na arena cantando hinos de louvor, a caminho do martírio, outros hinos de louvores se erguem, vez ou outra. Assim foi quando da apresentação do quarteto Il Divo que, entre unção e emoção, interpretou Amazing Grace. O hino tem muito significado, vez que foi composto por John Newton, após o que é considerada a sua conversão. Newton era um traficante de escravos africanos. Durante uma de suas viagens, seu navio foi fortemente afetado por uma tempestade. Lutando contra a borrasca, ele sentiu como estavam todos, no navio, frágeis e desamparados, concluindo que somente a graça de Deus os poderia salvar. Estimulado por esse acontecimento e posteriores reflexões que fez do livro Imitação de Cristo, de Tomás de Kempis, ele resolveu abandonar o tráfico de escravos e se tornou cristão. E, então, compôs a canção Amazing Grace, cujos versos podemos traduzir mais ou menos assim: Sublime graça Quão doce é o som, que salvou um náufrago como eu. Eu estava perdido mas agora fui encontrado. Eu estava cego, mas agora eu vejo. Foi a graça que ensinou meu coração a temer. E a graça aliviou meus medos. Quão preciosa aquela graça que apareceu na hora em que acreditei. Por muitos perigos, dificuldades e armadilhas eu passei até aqui. Esta graça me trouxe em segurança de tão longe... E esta graça me conduzirá para casa. Quando estivemos lá há dez mil anos, claros e brilhantes como o sol, não tivemos menos dias para cantar e louvar a Deus do que nos dias quando começamos. * * * Enquanto as vozes se elevam aos céus, lembramos que alguém disse, certa vez, que Arar é orar. E, de nossa parte, afirmamos: cantar tal hino é uma verdadeira prece de louvor e gratidão ao Senhor da vida. Imaginamos quantas bênçãos tenham alcançado aquela imensa plateia, envolvida na harmonia dos sons e na beleza dos versos. Graça maravilhosa... Música renovando a psicosfera de sangrentos dias. Prece ao Senhor da vida pela própria vida. Gratidão. Redação do Momento Espírita. Em 20.03.2012.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Cuidando do corpo

Deepak Chopra é médico formado na Índia, com especialização em Endocrinologia nos Estados Unidos, onde está radicado desde a década de setenta. Filósofo de reputação internacional, já escreveu mais de três dezenas de livros, sendo um dos mais respeitados pensadores da atualidade. A respeito do ser humano saudável, ele escreveu: Somos as únicas criaturas na face da Terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos! Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificadas por eles. Um surto de depressão pode arrasar nosso sistema imunológico. Apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente. A alegria e a realização nos mantêm saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse. Nossas células estão constantemente processando as experiências e metabolizando-as, de acordo com nossos pontos de vista pessoais. Quando nos deprimimos por causa da perda de um emprego, projetamos tristeza por toda parte no corpo. A produção de neurotransmissores, por parte do cérebro, se reduz. Baixa o nível de hormônios. O ciclo de sono é interrompido. As plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos. Os receptores neuropeptídicos, na superfície externa das células da pele, se tornam distorcidos. E, até nossas lágrimas passam a conter traços químicos diferentes das lágrimas de alegria. Contudo, nosso perfil bioquímico é alterado, quando nos encontramos em nova posição. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido. Assim, se desejamos saber como está nosso corpo hoje, basta que nos recordemos do que pensamos ontem. Se desejamos saber como estará nosso corpo amanhã, será suficiente que examinemos nossos pensamentos hoje. Abrir nosso coração para a alegria, às coisas positivas é medida salutar. Se desejamos gozar de saúde física, principiemos a mudar nossa maneira de pensar. Não foi por outro motivo que o Celeste Médico das nossas almas, conhecedor profundo de todas as leis que regem nosso planeta, foi pródigo em exortações como: Não vos inquieteis, dizendo: "Que comeremos" ou "Que beberemos", ou "Que vestiremos"? Pois estas coisas os gentios buscam. De fato, vosso Pai Celestial sabe que necessitais de todas estas coisas. Portanto, não vos inquieteis com o amanhã, pois o amanhã se inquietará consigo mesmo! Basta a cada dia o seu mal. Com isso, recomendava que não nos deixássemos abraçar pela ansiedade. E mais: Andai como filhos da luz. Ora, os filhos da luz iluminam, vibram positivamente, porque luz tem a ver com tudo de bom. Pensemos nisso e cultivemos saúde física. Afinal, necessitamos de um corpo saudável para bem atender os compromissos que nos cabem. Que se diria de quem não cuidasse de seu instrumento de trabalho? Redação do Momento Espírita, com dizeres do texto Mutantes, de Deepak Chopra e dos versículos 31, 32 e 34 do cap. 6 do Evangelho de Mateus. Em 19.03.2012.

domingo, 18 de março de 2012

O caminho da vida

A vida nos deixa livre para escolhermos os caminhos que desejamos seguir... Reflitam!! O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. (O Último discurso, do filme O Grande Ditador) Charles Chaplin Queridos Amigos!! Não há nada que possa mudar as coisas para melhor no mundo do que o amor... O amor gera paz, humildade, compreensão, bondade... O amor move o mundo!

sábado, 17 de março de 2012

Colar de pérolas

Todas as vezes que nos deparamos com alguém que nos chama a atenção pelas suas virtudes, capacidade ou inteligência, é inevitável questionar de onde vêm tais capacidades. Há quem imagine serem apenas dons, presentes de Deus para alguns que nascem ungidos, abençoados dessa maneira especial. Se o coração é generoso alegam ser essa virtude presente dos céus. Se a competência é intelectual afirmam ser presente da Divindade. Esquecem-se tais pessoas de que essa situação não é coerente com a bondade e justiça de Deus, que estaria preferindo a uns e preterindo outros. Há quem busque explicações na ciência. Imaginam que as capacidades morais ou intelectuais são frutos da genética, de uma combinação favorável do DNA. Um fruto do acaso. Esses julgam que a vida é obra de fatores aleatórios, como um jogo matemático, onde a probabilidade fosse a condutora de valiosos fatores. No entanto, todos os nossos dons, virtudes e capacidades são frutos do esforço de cada um de nós. Ao caminharmos pelas estradas da vida, nas mais variadas expressões físicas, nascendo ora aqui, ora acolá, experienciando diversas oportunidades e desafios, vamos colhendo nossas experiências. Dessa forma, talentos, virtudes, inteligência não são obra do acaso genético, nem tampouco presente Divino. Cada um de nós cultivou aquilo que palpita em nossa intimidade. Assim, cada uma das capacidades que hoje surgem em nossa mente e em nosso coração, são a resultante dos esforços pessoais realizados em algum momento. Vamos, ao longo da jornada de Espíritos imortais, que somos todos nós, cultivando os valores de Deus, que jazem latentes em nossa intimidade. É esse caminhar, a perseverança e o esforço pessoal que vão nos permitindo colecionar tesouros para a alma. Tal qual um cultivador de pérolas, vamos montando nosso colar, fiando aos poucos as virtudes que desenvolvemos. Por isso nossas virtudes serão umas mais brilhantes, outras com uma coloração diferente, algumas com uma geometria particular. Cada uma, porém, com seu brilho próprio. Como pérolas em harmonioso colar, vão sendo acrescidas aos poucos, adornando nossa alma com seu brilho. Dessa forma, poderemos ter todas as virtudes e valores que queremos, todas as capacidades e competências que desejamos. Basta o esforço individual, o investimento no coração e na mente. * * * Cientes dessas verdades, prossigamos, abrindo mão das paixões e desejos que não nos enriquecem. Abramos espaço em nossa intimidade para que nos ornemos das mais belas pérolas que a Divindade nos oportuniza. Redação do Momento Espírita. Em 17.03.2012.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Brasa ardente

O ressentimento já foi comparado a uma brasa ardente que seguramos com a intenção de jogá-la em outra pessoa, enquanto queima a nossa mão. Ou então, um veneno que tomamos esperando que o outro morra. Na verdade, a palavra ressentimento é a forma substantivada de ressentir - sentir intensamente e sentir de novo. Quando estamos ressentidos, sentimos intensamente a dor do passado de novo e de novo. Isso não só desgasta o nosso bem-estar emocional, como também ataca, de uma maneira poderosa e negativa, nosso bem-estar físico. De certa forma, quando guardamos ressentimento, rancor, estamos nos aprisionando voluntariamente à dor. Alguns poderiam então questionar: Isto quer dizer que escolhemos guardar mágoa? Há, então, uma escolha? Pois parece que não. Parece que é mais forte que nós. É difícil de perceber, principalmente para aqueles que ainda não nos conhecemos bem. Mas, sim, é uma escolha que fazemos. Sentir raiva é natural, uma reação, de certa forma, animal. Sentir-se magoado, também. Joanna de Ângelis, Espírito, nos esclarece: É compreensível o surgimento de uma certa frustração e mesmo de desagrado diante de confrontos e de agressões promovidas por outrem, dando lugar a mágoas, que são uma certa aflição de caráter transitório. Não, porém, à instalação do ressentimento. O que ela ensina é que é perfeitamente natural termos a alma ferida com este ou aquele acontecimento, porém, carregar essa dor por tempo indeterminado no coração, é uma escolha perigosa. É uma brasa ardente, realmente, que vai queimando por dentro, dia após dia, ano após ano, sem trazer benefício algum à alma que sofre. Dessa forma, precisamos realizar um trabalho interior para nos livrarmos desse ressentimento o quanto antes, evitando prejuízos maiores para nós mesmos. Esse movimento passa pela desvalorização do que consideramos ofensivo, daquilo que nos feriu profundamente. Isso significa deixar de dar tanto valor a um fato, a um acontecimento para que nosso coração se acalme, olhe para frente e deixe de se apegar tanto a questões que já estão no passado. * * * O prazer de ser livre é incomparável... Poder deitar a cabeça no travesseiro todas as noites e dizer que não guarda mágoa de ninguém é vitória da alma sobre o ressentimento avassalador. Não nos preocupemos com a impunidade do agressor, do ofensor. Num Universo regido por leis perfeitas, criado por um Deus soberanamente justo e bom, nada fica impune, tudo tem sua consequência. Perdoar, esquecer é também uma escolha pela saúde do Espírito e do corpo, uma vez que, livres do rancor, igualmente ficamos livres das doenças associadas diretamente ao ressentimento. Relevemos. Perdoemos. Vivamos a alegria e a liberdade de não carregar ressentimento em nosso coração. Redação do Momento Espírita com base no cap. Ressentimento, do livro Conflitos existenciais, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 16.03.2012.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Trabalho e oração

A oração constitui um valioso recurso à disposição dos homens. Mediante ela, consegue-se acesso a faixas superiores da vida. O homem que ora com fervor se previne de muitos males. Ao se ligar com esferas espirituais pacíficas e felizes, gradualmente se ajusta com os ideais que nelas imperam. Entretanto, a oração não constitui um mecanismo de transferência das próprias responsabilidades. Muitas vezes se espera do céu uma solução decisiva para inúmeros problemas da existência humana. Trata-se de uma viciação mental, mediante a qual a criatura busca se furtar ao esforço que lhe cabe em sua jornada terrena. Para que isso fique claro, basta lembrar o exemplo de Jesus. Ele representa a Misericórdia Divina no planeta. Mas, enquanto na carne, não livrou ninguém de cuidar dos próprios interesses. Auxiliou doentes e aflitos, sem retirá-los das questões fundamentais que lhes diziam respeito. Zaqueu, o rico prestigiado pela visita que lhe foi feita, sentiu-se constrangido a modificar a sua conduta. Maria de Magdala recebeu carinhosa atenção. Contudo, não ficou livre do dever de sustentar-se no árduo combate da renovação interior. Lázaro, reerguido das trevas do sepulcro, nem por isso deixou de mais tarde ter de aceitar o desafio da morte física. Paulo de Tarso foi distinguido por um apelo pessoal às portas de Damasco. No entanto, a seguir se lançou em uma vida de sacrifícios para cumprir o papel que lhe cabia no mundo. Nessa linha, é totalmente ilógico acreditar que basta orar para que todos os problemas se resolvam. A oração é preciosa, mas representa apenas o começo da solução. Mediante ela, o homem se fortifica e esclarece. A partir daí, forte e lúcido, deve fazer a sua parte. Assim, ore, pois isso é mesmo importante. Mas, na sequência, trabalhe firme para atingir seus objetivos. Se deseja um emprego melhor, estude e se aprimore. Desenvolva seus talentos, eduque-se para poder aproveitar as oportunidades que surgirem em sua vida. Se quer saúde, modifique seu estilo de vida. Modere seus apetites, exercite-se, acalme-se. Caso almeje amigos dignos e confiáveis, faça por onde atrair pessoas boas para sua vida. Discipline-se para manter uma conversação sadia, seja educado e atencioso, comporte-se com nobreza. Na hipótese de sonhar com um ambiente familiar equilibrado, comece a construí-lo. Aprenda a perdoar, ouça seus familiares com atenção, respeite o espaço e as opiniões deles. Esse método talvez não pareça sedutor à primeira vista. Afinal, pressupõe esforço e disciplina. Entretanto, ele seguramente dá resultados. Todo esforço digno, por mínimo que seja, invariavelmente recebe da vida a melhor resposta. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVIII do livro Nos domínios da mediunidade, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 15.03.2012.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Fórmula especial

Maurice Druon, que foi Ministro da Cultura da França e pertenceu à Academia Francesa, em sua obra O menino do dedo verde apresenta o jardineiro Bigode como uma personalidade muito especial. Ele descobre que o filho do patrão, Tistu possui o polegar verde. É uma qualidade maravilhosa. Um verdadeiro dom do céu, explica ele para a criança. Você sabe: há semente por toda parte não só no chão, mas nos telhados das casas, no parapeito das janelas, nas calçadas das ruas, nas cercas e nos muros. Milhares e milhares de sementes estão ali esperando que um vento as carregue para um jardim ou para um campo. Muitas vezes elas morrem entre duas pedras, sem ter podido transformar-se em flor. Mas, se um polegar verde encosta numa delas, esteja onde estiver, ela brota no mesmo instante. Então, um dia, Tistu, em seus oito anos, foi conhecer a cadeia da cidade. Viu uma enorme parede cinzenta sem uma única janela. Depois, outras paredes com janelas cheias de grades pretas. Alguém lhe explicou que os pedreiros haviam colocado horríveis pontas de ferro por toda parte para que os prisioneiros não fugissem. Explicaram também que os prisioneiros eram homens maus e que os colocavam naquele lugar para curar a sua maldade. Quer dizer, tentavam ensinar-lhes a viver sem matar e roubar. Tistu viu, atrás das grades, prisioneiros caminhando em roda, de cabeça baixa e sem dizer uma palavra. Pareciam infelizes, com a cabeça raspada, as roupas listradas e os sapatos grosseiros. O que estão fazendo? Perguntou. E lhe responderam que eles estavam em recreio. Imagine, pensou o menino, se o recreio deles é assim, o que não serão as horas de aula. Esta prisão é muito triste, por isso é que eles querem fugir. Naquela noite, às escondidas, Tistu foi até a cadeia e colocou o seu polegar verde por toda a parede da prisão. Colocou no chão, no ponto em que a parede se encontrava com a calçada, nos buracos entre as pedras, ao pé de cada haste das grades. No dia seguinte, quando os habitantes da cidade se levantaram, descobriram que a cadeia da cidade se transformara em um castelo de flores. O muro estava coberto de rosas. As trepadeiras subiam pelas grades e caíam de novo. As pontas de ferro foram substituídas por cactos. Os prisioneiros, como já não viam grades em suas celas, nem pontas de ferro nos muros, se esqueceram de fugir. Os resmungões pararam de reclamar, entusiasmados com a beleza do lugar. Os maus perderam o costume de brigar e todos tomaram gosto pela jardinagem. Logo, logo, a cadeia da cidade era apontada como modelo no mundo todo. Nenhuma fuga. Trabalho e disciplina, ordem e educação era o que nela se via. Os habitantes da cidade descobriram, enfim, que as flores não deixam o mal ir adiante. * * * Os malfeitores, aqueles que nos roubam a paz, são credores do perdão e da misericórdia de Deus, tanto quanto nós mesmos. São, também, nossos irmãos, como o melhor dos homens. Suas almas, transviadas e revoltadas, foram criadas, como nós, para se aperfeiçoar. A caridade prescreve que os devemos auxiliar a sair do lameiro e, se não podemos transformar as grades em trepadeiras e as pontas de ferro em roseirais, podemos lhes dirigir as nossas preces, a fim de que o arrependimento lhes chegue e eles desejem se melhorar. Filhos de Deus, como nós, são credores da nossa compaixão e merecem tratamento humanitário e condições para que possam se reabilitar. Afinal, poderiam ser nosso pai, nossos irmãos, nossos amigos, se esses tivessem, em algum momento, transgredido as leis. Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 6, 7 e 9 do livro O menino do dedo verde, de Maurice Druon, ed. José Olympio e no item 14, do cap. XI do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 14.03.2012.

Dissidentes ocupam igreja em Cuba, esperando audiência com Bento 16

Um grupo de 13 dissidentes cubanos ocupou nesta quarta-feira uma igreja católica em Havana para pressionar uma audiência com o papa Bento 16 em sua primeira visita à ilha, entre os próximos dias 26 e 28, para exigir um debate sobre os direitos humanos. Os opositores ao regime chefiado pelo ditador Raúl Castro entraram na igreja da Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, e afirmam que ficarão até a visita do pontífice. Apesar da entrada, não há sinal de policiais na região. A informação foi confirmada por um dos representantes da oposição, Elizardo Sánchez. "Esperamos um resultado humano. A ocupação foi pacífica". De acordo com ativistas, o ato foi organizado por um pequeno grupo de oposição, o Partido Democrático 30 de Novembro. Consultado pela agência de notícias Associated Press, o porta-voz do tempo, Orlando Márquez, afirmou que o protesto é um desrespeito a Bento 16 e pediu que o grupo se retire imediatamente. "Ninguém tem o direito de transformar templos em trincheiras políticas. Ninguém tem o direito de perturbar o espírito de fé que os cubanos e muitos outros cidadãos que olham com alegria e esperança a visita do santo padre", disse.
Igreja de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, em Havana, que foi ocupada por 13 dissidentes cubanos Márquez acrescentou que os católicos podem ajudar qualquer um que busque sua assistência, mas "não aceitarão tentativas de devaluar a natureza da missão e por em perigo a paz religiosa dos que visitam as igrejas". Em dezembro, pouco depois do anúncio da visita de Bento 16 à ilha, o ditador cubano, Raúl Castro, perdoou 2.900 presos. Bento 16 celebrará missas nas cidades de Santiago de Cuba e Havana, mas não há programação de encontros com dissidentes.

Veja onde estão as universidades mais bem avaliadas

O ranking do THE (Times Higher Education), publicado em Londres, ouviu 17.554 acadêmicos e pesquisadores de 137 países. Eles puderam indicar até 15 instituições que consideram as melhores do mundo em seus campos de estudo. O líder continua a ser os Estados Unidos, que têm 44 universidades entre as 100 mais bem avaliadas. Têm também a primeira (Harvard) e outras três entre as seis melhores. A USP (Universidade de São Paulo) aparece entre as 70 instituições de ensino superior com melhor reputação no mundo.

USP está entre as 70 instituições com melhor reputação no mundo

A USP (Universidade de São Paulo) deu um salto e aparece entre as 70 instituições de ensino superior com melhor reputação no mundo, segundo ranking do THE (Times Higher Education) publicado em Londres. No levantamento do ano passado, a USP não figurava nem entre as cem melhores. Agora, está na faixa entre o 61º e o 70º lugar. É também a única representante de toda a América Latina na lista. O THE é um dos mais importantes avaliadores de universidades no mundo. Para compor seu ranking de reputação, foram ouvidos 17.554 acadêmicos e pesquisadores de 137 países. Outras instituições no Brasil, como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), continuam fora da lista das 100 melhores. Eles puderam indicar até 15 instituições que consideram as melhores do mundo em seus campos de estudo. Harvard foi apontada como a melhor universidade. A USP aparece em melhor posição no ranking de reputação (subjetivo) que em outro (objetivo) também feito pelo THE. No ranking geral, que foi divulgado no fim do ano passado e envolve 13 critérios (como relação aluno/professor, quantidade de discentes e docentes estrangeiros, número de trabalhos científicos publicados, dinheiro aplicado em pesquisa etc.), a USP aparece em 178º lugar. A Unicamp, em 286º. Uma boa reputação, assim como uma boa colocação nos rankings com critérios objetivos, pode facilitar a obtenção de dinheiro para pesquisas, atrair estudantes e também professores e pesquisadores capacitados de outros países.

terça-feira, 13 de março de 2012

Quando todos colaboram...

Num tranquilo e feliz bairro de subúrbio, onde as casas têm cercas com arranjos de flores, há uma única casa sombria e cujo jardim está morto. Os vizinhos não têm conhecimento disso, mas ali se encontra o esconderijo secreto de um vilão assustador chamado Gru, que planeja o maior golpe do mundo: ele vai roubar a lua. Gru acredita que pode vencer qualquer um que cruzar o seu caminho. Isso até o dia em que conhece as garotinhas órfãs Margô, Edith e Agnes. Elas são as únicas que conseguem ver naquele homem o que ninguém jamais viu: um pai em potencial. E o amor delas mostrará o ser bom que ele é. Este é o enredo de um desenho animado, traduzido ao idioma português como meu malvado favorito. Parece mais ser uma obra para adultos, tal a profundidade dos ensinamentos. Ali colhemos, entre tantos, um detalhe deveras interessante. Ocorre que, em determinado ponto da sua estratégia para roubar a lua, Gru se vê sem recursos. Triste, ele vai até os seus subordinados e confessa estar falido. O banco não lhe dera mais crédito e ele não dispõe de dinheiro para continuar o projeto. Há tristeza e desencanto na sua voz. Ele é um homem derrotado, fracassado, cujo mais arrojado projeto jamais poderá ser executado. Exatamente neste momento, adentram o local as três meninas. Gru fala, com leve tom de irritação, que aquela é uma reunião de negócios. Então Agnes, a menorzinha, de olhos grandes e expressivos, demonstrando que entendera toda a problemática, sorri e ergue seu cofrinho. É o suficiente. Logo, um dos ajudantes de Gru entende a mensagem e ergue uma nota. O contágio da doação é geral. Cada qual mostra o que tem e está disposto a contribuir. Por fim, reúne-se o necessário para dar andamento ao projeto. As imagens são rápidas e engraçadas. Mas o importante a se registrar é o gesto da pequena Agnes. Ela não tem ideia de quantos mil ou milhões são necessários para concluir o projeto de Gru. Nem cogita ser uma loucura querer roubar o satélite da terra. Ela se dispõe a contribuir com as moedinhas do seu cofre. E, em total desprendimento, as oferece. * * * Pensemos em quantas vezes observamos situações difíceis, criaturas em dificuldades e paramos no muro do não tenho condições de ajudar. Mas, o importante é ofertar o que se pode. O gesto inicial de alguém desencadeia o contágio do bem e, logo, outros tantos se dispõem ao auxílio. Por isso, da próxima vez que você tiver à frente uma dificuldade de alguém e desejar auxiliar, não detenha o gesto. Ofereça o que tiver. Mesmo que isso seja somente a solidariedade de um abraço a dizer: estou contigo! Ou o ombro amigo para que o outro possa encharcá-lo com lágrimas. Ou você pode iniciar uma campanha, depositando o primeiro real. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita. Em 13.03.2012.

Suspeito de morte de civis no Afeganistão estava embriagado, diz oficial

Um oficial americano consultado pela agência de notícias Associated Press afirmou nesta terça-feira que o militar suspeito de ter atirado em 16 civis em um povoado próximo a uma base americana no Afeganistão estaria embriagado no momento do incidente. A fonte da Associated Press informa que não está claro se o acusado estaria bebendo antes de sair do quartel ou se garrafas de bebidas alcoólicas foram encontradas próximo a sua cama na base. Apesar da incerteza da origem das bebidas, as informações apontam que o soldado violou o código militar americano, que proíbe o consumo e a posse de álcool em zona de guerra. Mais cedo, a mesma fonte afirmou que o suspeito continuará confinado até que receba as imputações correspondentes pela morte dos civis afegãos, o que deverá acontecer nas próximas 48 horas. ONU O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu nesta terça-feira uma "rápida investigação" sobre os incidentes ocorridos em Candahar, além do julgamento dos responsáveis pela ação. O chefe da organização também lamentou o ataque, que chamou de "perturbador". "A proteção da população civil é crucial em todo o mundo, não só no Afeganistão". Ban Ki-Moon também solicitou às autoridades e militares que "prestem muita atenção" para garantir a proteção dos civis. OBAMA O presidente americano, Barack Obama, prometeu nesta terça que os Estados Unidos utilizarão "toda a força da lei" contra o soldado acusado de matar 16 civis em Candahar, no sul do Afeganistão. "Os Estados Unidos levam [o ataque] a sério, como se fossem nossos próprios cidadãos e crianças assassinados. Nós investigaremos os fatos, onde quer que eles nos levem, e nos certificaremos de que qualquer pessoa envolvida seja responsabilizada com toda a força da lei", disse Obama na Casa Branca. O líder americano afirmou ainda que, apesar da indignação causada pelo massacre, mantém a confiança de que Washington cumprirá sua missão de sair de forma ordenada do Afeganistão até o final de 2014, ao mesmo tempo em que continua a desmantelar a liderança da rede terrorista Al Qaeda no país. Obama disse ainda que os ataques --que qualificou de "incidente trágico, ultrajante e inaceitável"-- "não refletem os valores americanos ou do Exército dos EUA". Ontem, o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, afirmou ao jornal "Los Angeles Times" que, se condenado, o soldado pode receber pena de morte.

Dados positivos dos EUA levam Bovespa a maior alta em 11 meses

O Ibovespa fechou no maior nível em onze meses. Perspectivas positivas para a economia dos EUA e números bons vindos da Alemanha e da Itália impulsionaram os negócios. Dados preliminares mostram que, após marcar mínima de 66.385 pontos e máxima de 68.419 pontos, o Ibovespa fechou com alta de 3,03%, cotado em 68.394 pontos. O nível é o mais alto desde 8 de abril de 2011, quando o índice fechou em 68.718 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 8,135 bilhões. Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subiu 5,37%, para R$ 41,59, e Petrobras PN teve ganho de 4,26%, para R$ 24,43. Em Wall Street, as Bolsas também fecharam em alta. O índice Dow Jones subiu 1,68%, enquanto o Nasdaq teve alta de 1,88% e o S&P 500 avançou 1,81% O dia já começou positivo, com investidores animados pela alta significativa da confiança na economia alemã em março e a divulgação, nos EUA, de que as vendas no varejo norte-americano exibiram em fevereiro a maior alta em cinco meses. Além disso, o Federal Reserve (o banco central americano) que disse que certas tensões nos mercados financeiros estão diminuindo. Também na cena externa, uma análise atualizada preparada pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrou que o segundo pacote de resgate à Grécia pode tornar a dívida do país sustentável. EUA E EUROPA Nos EUA, as Bolsas também bateram recorde, com uma ascensão tardia começando pela ação do JPMorgan, após o banco anunciar que aumentará seu dividendo e fará recompra de ações do JPMorgan Chase subiu 7% e foi o papel que obteve mais ganhos dentre os incluídos no Dow Jones. O Dow Jones, índice referência da Bolsa de Nova York, avançou 1,68%, para 13.177 pontos. O Standard & Poor's 500 teve valorização de 1,81%, para 1.395 pontos, e o termômetro de tecnologia Nasdaq subiu 1,88%, para 3.039 pontos. O Dow Jones fechou em seu maior nível desde dezembro de 2007, enquanto o S&P terminou a sessão com a maior pontuação desde junho de 2008 e o Nasdaq acabou o dia em sua máxima desde novembro de 2000. As Bolsas de valores da Europa, por sua vez, atingiram o maior patamar em sete meses e meio nesta terça-feira, impulsionadas por dados encorajadores da Alemanha e com os Estados Unidos sinalizando uma recuperação na economia global. O índice FTSEurofirst 300, referência para o mercado de ações da Europa, encerrou em alta de 1,69%, para 1.095 pontos. Ações de bancos, que costumam ter boa performance durante períodos de melhores condições econômicas, foram o principal setor, com o índice bancário STOXX Europe 600 avançando 3,3% e levando os ganhos do ano a 17,7% conforme investidores se voltaram para os setores cíclicos. DÓLAR O dólar comercial teve um pregão de ajuste, depois da firma alta de ontem, mas segue negociado na linha de R$ 1,80. Dados preliminares apontam que o dólar comercial fechou com baixa de 0,28%, negociado a R$ 1,80 na venda. Na segunda-feira, a moeda subiu 1,12%, a R$ 1,805.

Citibank e 3 bancos dos EUA são reprovados em teste do Fed

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, anunciaram nesta terça-feira que quatro de 19 grandes bancos americanos foram reprovados no teste de resistência da entidade, que prova se os bancos teriam condições de resistir a uma série crise financeira. Um dos reprovados foi o Citibank, o terceiro maior banco do país. A avaliação mostra se as instituições financeiras cumprem as regulamentações em relação ao capital e é realizada desde 2008, quando estourou a crise nos Estados Unidos. Os outros 15 bancos passaram no teste, tendo fundos suficientes para manter sua operação em caso de crise financeira grave, mesmo sofrendo perdas elevadas.

Justiça da Argentina aprova aborto para casos de estupro

A Corte Suprema da Argentina aprovou nesta terça-feira o aborto para as mulheres que sofreram estupro sem a necessidade de autorização judicial e possíveis sanções penais decorrentes do ato para a grávida e o médico que realizou o procedimento. A retirada de embriões foi autorizada a todas as mulheres argentinas, sejam normais ou incapazes, a partir da decisão sobre o caso de uma adolescente de 15 anos que sofreu abuso sexual por seu padrasto e passou por um aborto, criando jurisprudência para situações similares. Apesar da decisão, o ministro de Justiça argentino, Julio Alak, afirmou que a descriminalização do aborto "não está nos planos do poder Executivo" do país e criticou o veredito da Corte Suprema, afirmando que é necessário um debate antes da aprovação das medidas. "A sociedade precisa expor em seu debate porque está a favor ou contra o aborto e dizer porque está a favor ou contra", afirmou, em entrevista a uma rádio de Buenos Aires.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Experiência tentadora

Recordamos dos versos do hino de nossa escola, na infância: Só o herói, não o escravo, é que pode, sempre avante, sorrindo avançar. Referia-se aos que fingiam saber e colavam nas provas, alcançando as notas devidas para ir passando de classe a classe, até alcançar o diploma. Lembrando-nos, nesses dias, de tais versos, pusemo-nos a pensar o quanto, hoje, somos escravos de certas tecnologias. Por exemplo, a tecnologia que foi criada para aproximar as pessoas, esquecendo fronteiras e distâncias, está, em verdade, isolando-as. Vejamos a Internet. Num primeiro momento, a novidade enriqueceu relações por tornar possível a comunicação em tempo real e de fácil acesso a quase todos. Podemos nos comunicar com alguém, inclusive visualizando-o, diariamente, amenizando a saudade, batendo longos papos, como se juntos estivéssemos na mesma sala. Enviamos fotos, informações, realizamos pesquisas, tudo tão fácil e agilmente. No entanto, toda essa tecnologia está, exatamente, nos tornando pessoas isoladas. Conectados a redes, a comunidades virtuais, a salas de bate-papo, estamos esquecendo dos que se encontram ao nosso lado. Estamos realizando tanto virtualmente que nos esquecemos de abraçar fisicamente, de enlaçar o outro, de olhá-lo nos olhos. Estamos desaprendendo a falar, a conversar, isso realizando através de sinais, símbolos e abreviaturas, muito próprias de quem vive a enviar torpedos, mensagens digitadas e assemelhados. O telefone móvel deixou de servir como meio de acesso rápido para uma necessidade, uma emergência, passando a ser o meio pelo qual vivemos a enviar mensagens a uns e outros. Assim, as crianças e adolescentes viajam com seus pais mas, no banco de trás, utilizam constantemente os dedos no celular. Enviam mensagens, respondem e.mails, ouvem música, fazem download disso e daquilo, jogam. Diálogo? Olhar a paisagem? Admirar a natureza que vai bordando exuberâncias, em colorido variado? Nem pensar! Adolescentes saem com colegas mas, logo, um e outro retiram os celulares dos bolsos e o ciclo recomeça. Os amigos tocam violão, cantam mas vários estão totalmente alheios, dissociados. * * * Se você é escravo de qualquer mídia que o esteja isolando, por hoje, ao menos, pare. Pare e observe. Redescubra o valor de abraçar seu amor, de conversar com ele, de sorrir para ele. Interaja com seus colegas de trabalho. Cumprimente-os, pergunte como estão, envolva-se com eles. Olhe a paisagem, descubra o arco-íris, as flores que despejam perfumes pelos canteiros. Veja seu filho que ensaia desenhos no papel, que rabisca montanhas e rios, que pinta o céu de anil. Esqueça o celular, o teclado do computador e viva um dia diferente. Um dia de amor, de entrega, de doação e de muitas surpresas maravilhosas. Só hoje! Depois? Depois temos a certeza que gostará tanto deste hoje que desejará repetir a dose. Redação do Momento Espírita. Em 12.03.2012.

Zona do euro aprova segundo resgate financeiro à Grécia

Os ministros de Finanças da zona do euro aprovaram nesta segunda-feira o resgate financeiro de 130 bilhões à Grécia. O acordo espera a ratificação das autoridades dos 17 países que usam a moeda, previsto até a próxima quarta-feira, de acordo com o presidente do grupo, Jean-Claude Juncker. Na reunião, Juncker, que também é primeiro-ministro de Luxemburgo, o chamado Eurogrupo revelou que a dívida pública grega chegará a 117% do PIB em 2020, três pontos percentuais a menos que a primeira proposta da zona do euro, de 120,5%, após a troca de títulos da dívida, concluída nesta segunda. Na operação, 85,8% do valor de face dos títulos da dívida foram trocados por novos papéis, em que os investidores assumiram perdas de 53,5%. Isso representa € 177,3 bilhões, o que transforma a ação na maior da história econômica mundial. O país também aplicou as chamadas cláusulas de ação coletiva, que obriga o resto dos investidores a aceitar as perdas, que chegam a 74% do valor aplicado. Fonte:http://www.folha.uol.com.br/

Corinthians rescinde contrato com Adriano

O Corinthians anunciou nesta segunda-feira que rescindiu o contrato com Adriano. O clube tinha contrato com o atacante até o final de junho. O aviso da equipe paulista foi feito através de uma nota publicada na noite desta segunda-feira no site oficial. Adriano chegou no Corinthians bem acima do peso no final do primeiro semestre do ano passado indicado pelo ex-atacante Ronaldo. Mas antes mesmo de estrear, ele contundiu o tendão de Aquiles e só conseguiu estrear no final do Campeonato Brasileiro. No total, ele participou de oito partidas (sete oficiais e um amistoso) e fez dois gols.
Adriano em lance contra o Botafogo, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista Este ano, o atacante aceitou ficar em regime de concentração total no hotel do Corinthians e foi elogiado pelo técnico Tite. Mas a boa relação terminou na semana passada, quando o treinador deixou Adriano fora dos confrontos do Paulista (quando escalou um time misto) e também do de quarta-feira, pela Libertadores, no México, contra o Cruz Azul. Veja abaixo a íntegra: "No final da tarde desta segunda-feira, dia 12, a diretoria do Sport Club Corinthians Paulista e o atacante Adriano decidiram, em comum acordo, encerrar o contrato de trabalho entre as duas partes, que era válido até junho próximo. Passo seguinte, os representantes do atleta e o departamento jurídico do clube negociarão os detalhes do distrato. Desta forma, Adriano não integra mais o grupo profissional do Corinthians e, por consequência, está dispensado de reapresentar-se amanhã com o restante do elenco." CRISE No final de semana, após se envolver em polêmica com Tite e ser cortado dos jogos com o Guarani, sábado, e com o Cruz Azul, pela Libertadores, Adriano recebeu dois dias de folga. A Folha apurou que foi o próprio Adriano quem pediu para não treinar no domingo.
O atacante Adriano durante treino do Corinthians no final de fevereiro Porém o diretor de futebol do Corinthians, Roberto Andrade, argumentou que não houve privilégio, mas sim uma troca de dias de treinos. "Como o Adriano não foi escalado para a partida de sábado [anteontem], ele treinou no sábado com os não relacionados. Ele antecipou o treino que faria no domingo [ontem]", explicou Andrade. "Já na segunda [hoje], não ia ter treino de todo o jeito, é dia de descanso", declarou. No domingo, no entanto, alguns jogadores treinaram. A volta de Adriano aos treinos iria ocorrer somente na terça.
Adriano tira a camisa depois de fazer gol contra o Atlético-MG Fonte: http://www.folha.uol.com.br/

Ricardo Teixeira renuncia à CBF e também deixa comitê da Copa-2014

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, 64, renunciou à confederação que controla o futebol nacional. Além disso, também deixou o COL (Comitê Organizador Local da Copa-2014), a cerca de dois anos para o Mundial. Em carta lida na manhã desta segunda-feira no Rio pelo seu sucessor, José Maria Marin, 79, um de seus cinco vices, ele diz que vai cuidar da saúde e ficar com sua família, mas se colocou à disposição para continuar "colaborando com o futebol brasileiro".
José Maria Marin dá entrevista no Rio Marin cumprirá o restante do mandato, até 2015. E também herderá o cargo no COL. "Vou assumir o COL ao lado de um grande ex-jogador, o Romário", disse Marin, para em seguida corrigir e dizer Ronaldo, que já era integrante do comitê da Copa. "Presidir paixões não é uma tarefa fácil. Futebol em nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhava, era graças ao talento, quando perdia, imperava a desorganização", afirmava a carta. "Fiz o que estava a meu alcance, sacrificando a saúde e renunciando ao insubstituível convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", completou. A saída do cartola, mineiro de Carlos Chagas e desde 1989 no cargo, quando chegou ao poder amparado pelo então sogro e presidente da Fifa, João Havelange, chegou a ser dada como certa por presidentes de federações estaduais antes do Carnaval, mas Teixeira garantiu que continuaria com as atividades normalmente.
Ricardo Teixeira na festa pela eleição na véspera de sua posse em janeiro de 1989 Em crise não só dentro de campo --com a seleção brasileira eliminada das últimas Copa do Mundo e Copa América logo nas quartas de final-- como também e principalmente fora dele --em meio a novas denúncias de corrupção--, Teixeira já vinha dando sinais de que poderia sair. No início de fevereiro, demitiu o tio, Marco Antônio Teixeira, da secretaria-geral da entidade. Ele estava na função praticamente desde o começo do mandato do sobrinho no final da década de 1980. No final do ano passado, já havia nomeado o então presidente do Corinthians, Andres Sanchez, para diretor de seleções. Além disso, o ex-jogador Ronaldo foi colocado dentro do COL. Depois, o ex-atleta Bebeto. Em 29 de setembro de 2011, foi internado em um hospital no Rio apresentando dores abdominais. O boletim médico disse que Teixeira tinha uma diverticulite (inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso) não complicada. Assim, faria tratamento apenas com anti-inflamatório, analgésico e uma alimentação regulada, sem necessidade de cirurgia. Recebeu alta dois dias depois. Enquanto esteve em observação, deu brindes para as pessoas que cuidavam dele, como bonés e camisetas da seleção brasileira. Um mês antes, foi alvo de protestos em várias cidades do país contra a sua administração. Além disso, enfrenta acusação de estar envolvido no maior escândalo da história da Fifa. O chamado dossiê da ISL, ex-agência de marketing da entidade, falida em 2001, será avaliado pela Corte Federal da Suíça e tem documentos considerados comprometedores para Teixeira.
Todos os técnicos da Era Teixeira O processo, que tramita desde 2008, possui os nomes de dirigentes que supostamente receberam propina em negociação pelos direitos de transmissão de Copas do Mundo. Pressionado, Teixeira perdeu força para virar o sucessor de Joseph Blatter na presidência da Fifa após a Copa de 2014, no Brasil. Em 2000, chegou a enfrentar duas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), no Congresso Nacional, porém o título da seleção no Mundial de 2002, segundo ele próprio, serviu para lhe dar força e terminar se mantendo à frente da CBF. Seu mandato iria até 2015 graças a uma manobra no estatuto da confederação. Em 2008, ele conseguiu convencer os presidentes das federações estaduais a estender a gestão, de quatro para sete anos, para "não interferir" nos preparativos do país para a Copa-2014. Sem ele, o estatuto da CBF diz que assumiria o vice-presidente mais idoso. Ao todo, eles eram cinco, um para cada região do país, e esse status acabou ficando com José Maria Marin, 79. Representante do Sudeste e ex-governador de São Paulo, o dirigente recentemente foi flagrado por câmeras de TV colocando no próprio bolso uma das medalhas da premiação do título da Copa São Paulo de juniores conquistado no último dia 25 pelo Corinthians. Na ocasião, Marin disse que se tratava de "uma cortesia" da Federação Paulista.
Fotomontagem mostra momentos de Teixeira com técnicos da seleção e Pelé.

Romero Jucá deixa liderança do governo no Senado

A presidente Dilma Rousseff decidiu substituir o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) será o novo líder. Em conversa com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do PMDB na Casa, a presidente Dilma Rousseff determinou a troca na liderança. Na conversa com Renan, Dilma disse que seu objetivo com a substituição é fazer um "rodízio" na liderança do governo --o que deve atingir também o líder do governo na Câmara, Candido Vacarezza (PT-SP). As informações foram confirmadas pela assessoria de Renan.
Jucá deixa o posto de líder do governo no Senado Na prática, a troca atende ao chamado grupo "dissidente" do PMDB, que reclamava da pouca articulação com o governo. Braga tem trânsito com o Palácio do Planalto e também com a bancada do PMDB no Senado, que reclamava do excesso de concentração de poder nas mãos de Jucá, Renan e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A decisão ocorre menos de uma semana depois de uma rebelião da base na Casa, que resultou na rejeição da recondução do diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo. Jucá não só participou da trama que levou à derrota no governo como ajudou a montá-la. Na semana passada, Jucá desobedeceu o Planalto ao retirar da pauta um projeto que seria sancionado pela presidente Dilma nesta semana. A proposta em questão equipara os salários de homens e mulheres que ocupam a mesma função em uma empresa. Se não fosse contestado em cinco dias, seria sancionado na visita de Dilma ao Congresso para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Jucá foi líder do governo na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, mas também ocupou o posto no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

domingo, 11 de março de 2012

Dilma exalta contribuição de Florence para inclusão social no campo

A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota neste sábado que o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Afonso Florence (PT-BA) "prestou grandes serviços ao processo de inclusão social no campo" e lamentou "interpretações em contrário". Florence foi substituído na sexta-feira pelo deputado Pepe Vargas (PT-SP). Segundo fontes, a presidente estaria insatisfeita com sua atuação no cargo. "No comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ele participou de ações que fortaleceram a agricultura familiar e ajudaram a melhorar a vida de milhares de brasileiros", afirmou a presidente.
Afonso Florence (dir.) deixou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, sendo substituído pelo deputado Pepe Vargas (PT-RS) Médico de formação, Pepe Vargas foi prefeito de Caxias do Sul, segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, por duas vezes. Ele começou a carreira política em 1989 como vereador e atuou como deputado estadual entre 1995 e 1996, quando deixou a Assembleia Legislativa para assumir a prefeitura da cidade gaúcha. Leia a íntegra da nota: A presidenta da República, Dilma Rousseff, reiterou hoje os agradecimentos ao ministro do Desenvolvimento Agrário, deputado Afonso Florence, por sua importante colaboração à frente da pasta. A presidenta lamenta interpretações em contrário e considera que Florence prestou grandes serviços ao processo de inclusão social no campo. No comando do Ministério do desenvolvimento Agrário, ele participou de ações que fortaleceram a agricultura familiar e ajudaram a melhorar a vida de milhares de brasileiros. A presidenta está certa de que continuará contando com o valioso apoio e a colaboração de Afonso Florence, que deixa o cargo para se dedicar a projetos importantes para seu estado, a Bahia.