terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Grécia levará novo acordo de empréstimo ao Parlamento

A Grécia submeterá ao Parlamento a legislação necessária para aplicar o novo empréstimo de 130 bilhões de euros e a quitação da dívida soberana antes do dia 15 de março, para depois ir às urnas, informou nesta terça-feira o governo grego. "Quando validarmos o novo acordo do empréstimo no Parlamento, depois será o momento de decidir a convocação de eleições", disse o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, em entrevista coletiva em Atenas. Ele qualificou o acordo fechado na madrugada passada em Bruxelas de "histórico". O porta-voz do governo, Pantelis Kapsis, reiterou que a "prioridade" é completar o acordo, e, por isso, não quis apontar possíveis datas das eleições gerais, que poderiam mudar. O acordo sobre o segundo resgate para a Grécia foi fechado entre ministros de Finanças da Eurozona reunidos em Bruxelas, na Bélgica, após mais de 13 horas de negociações. O pacote visa evitar a quebra do país e um calote de 14,5 bilhões de euros, correspondentes aos títulos gregos que vencem em 20 de março. As discussões agora se focam nas perdas que os credores da Grécia estão sendo "convidados" a tomar. O Instituto de Finanças Internacionais, que representa os bancos, estava sob pressão para aceitar um aumento do "valor nominal" das suas baixas contábeis de 50% para 53%. Esses credores poderiam aceitar um cupom (o pagamento de juros sobre os novos títulos gregos) cujo valor subiria em etapas ao longo dos próximos anos. Isso reduziria os custos de reembolso da Grécia no curto prazo, mas também permitiria que os seus credores se beneficiassem se a economia se recuperasse. Isso permitirá reduzir a dívida grega em 1,8% do PIB, assinalou o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, em coletiva de imprensa A eurozona também decidiu diminuir os juros que cobra da Grécia pelos empréstimos bilaterais concedidos desde 2010 para 150 pontos básicos acima do euribor. Também ficou acertada a criação de uma conta bloqueada para que a Grécia dê prioridade ao pagamento da dívida, e a Comissão Europeia decidiu apoiar com pessoal a Grécia na assessoria e aplicação das medidas de ajuste estipuladas. Tudo isso está condicionado a que a Grécia cumpra antes do fim de mês uma série de ações prévias no setor da saúde, dos impostos, da reforma da previdência, a melhora da viabilidade das estatísticas, a regulação e a supervisão financeira e a reforma laboral, entre outras, disse. Leia a íntegra do comunicado dos ministros da Eurozona sobre a aprovação dos 130 bilhões de euros para a Grécia (em PDF e em inglês). ENTENDA A CRISE Veja a cronologia da crise econômica grega, que começou em 2009 e que hoje atinge um novo marco com o segundo plano de resgate internacional: 2009 8 de dezembro A bolsa e os bônus da Grécia desabam por causa de sua elevada dívida. A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) pedem ao país para tomar medidas * 2010 5 de janeiro A Grécia anuncia medidas para reduzir o déficit público, de acordo com o Pacto de Estabilidade 3 de fevereiro A Comissão Europeia aprova o plano de austeridade grego 28 de abril As dúvidas sobre a solvência da Grécia e o temor de contágio a outros países europeus arrastam o euro para índices mínimos em um ano. Pela primeira vez na história da zona do euro, a rentabilidade do bônus grego fica acima de 10% 2 de maio Os países da zona do euro aprovam um empréstimo à Grécia no valor de 110 bilhões de euros para o período 2010-2012, do qual o FMI forneceria 30 bilhões 6 de maio O Parlamento aprova o plano de ajuste 9 de maio O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprova o programa de ajudas à Grécia 14 de junho A Moody's rebaixa a dívida grega a "bônus lixo" 7 de setembro A UE aprova a segunda prestação de ajuda à Grécia 23 de novembro UE e FMI aprovam o terceiro prazo de ajuda * 2011 22 de maio O governo adverte que se não receber em junho a quinta prestação da ajuda externa (12 bilhões de euros), a Grécia quebrará 23 de maio Aprovadas novas medidas de austeridade para economizar 28 bilhões de euros até 2015 e privatizações para conseguir outros 50 bilhões 21 junho O governo de Yorgos Papandreou recebe o apoio do Parlamento em uma moção de confiança 29 de junho O Parlamento grego aprova o novo plano de ajuste que desbloqueia a ajuda de 12 bilhões de euros 21 de julho A Eurozona acerta um segundo resgate à Grécia no valor de 109 bilhões de euros, no qual também participará o setor privado com o investimento de 49,6 bilhões de euros entre 2011 e 2014 2 outubro A Grécia reconhece que não cumprirá com os objetivos marcados por UE e FMI e aprova novas medidas adicionais de ajuste para economizar 6,6 bilhões de euros 19 outubro Greve geral de dois dias. Morre um sindicalista em incidentes 21 outubro O Eurogrupo autoriza a sexta prestação do resgate, de 8 bilhões de euros 27 outubro A UE aprova as condições do segundo resgate, de 130 bilhões de euros 31 outubro Papandreou propõe um plebiscito sobre a aplicação do plano de resgate 2 novembro A UE decide bloquear os 8 bilhões de euros da sexta prestação, perante a incerteza 8 novembro O governo em plenário apresenta sua renúncia 10 novembro O economista Lukas Papademos é designado primeiro-ministro de um governo de união nacional 29 novembro O Eurogrupo aprova os 8 bilhões de euros da sexta prestação 6 dezembro O Parlamento grego aprova o orçamento para 2012 exigido por UE e FMI 12 dezembro A Grécia descarta reduzir o salário mínimo, como exige a troika * 2012 14 fevereiro O Eurogrupo adia a reunião sobre o segundo resgate à Grécia. O PIB da Grécia no último trimestre de 2011 cai 7% 18 fevereiro O governo aprova uma nova redução das pensões para economizar 75 milhões de euros Fonte: http://www.folha.uol.com.br/

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