sábado, 11 de fevereiro de 2012

Salvador ainda depende de patrulhas do Exército

Um dia depois de o comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, Alfredo Castro, anunciar que a greve da categoria acabou e que 85% do efetivo de 32 mil agentes já estavam trabalhando, a reportagem da Folha constatou que o policiamento nas ruas de Salvador ainda está sob responsabilidade de soldados do Exército.

Até as 12h deste sábado, a reportagem percorreu cerca de 30 quilômetros das ruas da cidade. Passou pela praia de Amaralina até Patamares, distantes cerca de dez quilômetros. Não havia nenhum policial militar na orla.

Circulou ainda pelo entorno do estádio de Pituaçu, que abriga amanhã o jogo entre Bahia e Vitória, e trafegou pela avenida Paralela, uma das principais vias da cidade.

Nesse trajeto, havia quatro carros da PM, com dois policiais cada um. O posto policial da estação rodoviária, na região do Iguatemi, estava vazio. Nenhum PM, a pé, fazia ronda por esses lugares.

Em algumas praias, a quantidade de frequentadores estava abaixo do normal, até em comparação ao sábado anterior, dia 4, quando homens do Exército foram para a orla.

A reportagem também visitou na manhã deste sábado o Mercado Modelo e o elevador Lacerda, pontos turisticos na região central da capital baiana. Nos dois lugares havia apenas soldados do Exércitos, sem policiais nem viaturas da PM. Havia também pouco movimento de pessoas.

Ontem, caminhões do Exército e soldados da corporação continuavam circulando pelas ruas de Salvador.

No Pelourinho, no centro histórico da cidade, um dos pontos mais visitados pelos turistas, o movimento na parte da manhã deste sábado também era fraco. Os comerciantes avaliavam que havia pouca gente circulando pelas ruas.

A reportagem viu um policial militar sozinho fazendo ronda. Dois carros da PM trancados estavam estacionados no local. Em outra parte do Pelourinho, um carro da corporação passou com quatro policiais. No fórum da cidade, havia um carro com PMs. No mercado de São Miguel, o posto policial estava vazio.

Policiais em greve fazem oração em frente à Assembleia Legislativa da Bahia; categoria começa a deixar prédio

GREVE

A greve dos PMs da Bahia começou na semana passada. Eles reivindicam aumento salarial e a incorporação de gratificações aos salários.

Em entrevista à Folha, o governador Jaques Wagner (PT) disse que não pagaria nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo do Estado. Na terça (7), porém, o governo passou o dia negociando com líderes grevistas, mas a reunião foi suspensa sem acordo.

O impasse ficou por conta dos 12 mandados de prisão expedidos contra PMs grevistas. Prisco afirmou na ocasião que ninguém retornaria ao trabalho sem que houvesse uma anistia geral.

Na segunda-feira, diversos focos de tumulto ocorreram no local, e os militares usaram balas de borracha e bombas de efeito moral para conter os ânimos.

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