Hoje (3), em conversa por telefone com a presidente Dilma Rousseff, o presidente mexicano, Felipe Calderón, concordou em fazer alterações já na próxima semana.
Tanto que a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, ou algum representante do governo do México deve vir ao Brasil para discutir a questão.
Na avaliação do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), que se reuniu ontem com a presidente, o acordo é "desequilibrado contra o Brasil". Ele negou que esse seja um sinal de ruptura do tratado automotivo, mas não descartou a possibilidade.
"O que nós sugerimos, levantamos como uma possibilidade, foi a utilização da cláusula de saída caso não se chegue a um bom termo nesse processo de negociação. Mas tanto o ministro Patriota [Relações Exteriores] quanto eu estamos certos de que vai haver", completou.
Ele lembrou que a cláusula pode ser utilizada por ambos os países "caso o acordo deixe de ser interessante".
Segundo o ministro, há "enorme interesse" do México em rever as condições.
Entre as causas de descontentamento do Brasil, estão o aumento das importações de veículos do país e a baixa exigência de conteúdo nacional pelos mexicanos, de 35%.
"Queremos aumentar o conteúdo regional na produção dos veículos, tanto no México como no Brasil, e ampliar o escopo do acordo, de forma que não seja apenas para automóveis de passeio, como é hoje. E que inclua também caminhões, ônibus, utilitários, o que poderia melhorar o saldo, que hoje é totalmente negativo contra o Brasil", disse Pimentel.

DEFICIT
Em 2011, a balança comercial do setor com o México foi negativa ao Brasil em US$ 1,55 bilhão. "A expectativa é que em um mês [a revisão do acordo] produza resultado", diz o chanceler Antonio Patriota.
Nove representantes das montadoras se reuniram ontem com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, em busca de esclarecimentos sobre um eventual rompimento.
"Viemos manifestar que achamos esse acordo muito importante para o nosso país e confirmamos a necessidade de mantê-lo", disse o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores), Cledorvino Belini.
A preocupação das empresas é com o fato de que diversos modelos vendidos no Brasil são fabricados pelas montadoras no México. Dados do governo mostram que a quantidade de veículos vindos do México cresceu 266% de 2007 até 2011, para 134.589.
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