sexta-feira, 9 de março de 2012

FMI vai propor parcela de € 28 bi para Grécia, diz chefe

A chefe do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou nesta sexta-feira que proporá a liberação de uma parcela de € 28 bilhões do resgate de € 130 bilhões autorizado à Grécia na semana passada. "A escala e a duração da ajuda do fundo é um reflexo do nosso engajamento na ajuda à Grécia", disse Lagarde. O envio dos € 28 bilhões será seguido por outra liberação, de € 10 bilhões do primeiro resgate ao país. A chefe afirmou que o valor final será liberado na próxima semana. Mais cedo, os ministros das Finanças da zona do euro desbloquearam um montante de € 35,5 bilhões (US$ 46,5 bilhões) para a Grécia --a primeira parte de um pacote de resgate financeiro orçado em € 130 bilhões-- que deve ser depositado na próxima semana, disse o ministro alemão Wolfgang Schäuble. Os € 35,5 bilhões corresponderam diretamente à quitação parcial da dívida, e são destinados essencialmente para ajudar os bancos locais a oferecerem garantias ao Banco Central Europeu. A Grécia cumpriu as condições necessárias para receber o segundo pacote de ajuda, disse o chefe do Eurogrupo (que reúne os ministros de Finanças), Jean-Claude Juncker, após a extraordinária operação de troca da dívida grega. "O Eurogrupo considerou que as condições necessárias foram cumpridas para iniciar os procedimentos requeridos para aprovação final" do resgate da Grécia, disse ele em um comunicado, no qual também pediu uma "contribuição significativa" do FMI. TROCA DA DÍVIDA O governo da Grécia anunciou nesta sexta-feira que quase 84% de seus credores privados aceitaram a operação de troca da dívida, o que representará a perda de mais da metade dos valores dos títulos e abrirá o caminho para desbloquear os recursos necessários para salvar o país da falência. Segundo o Ministério das Finanças, os proprietários de bônus da dívida grega --donos de um montante avaliado em € 172 bilhões-- aceitaram a troca, que corresponderá a 83,5% dos € 206 bilhões de dívida pública nas mãos de investidores privados (bancos, seguradoras e fundos de investimento). O percentual sobe a 85,8% quando considerados apenas aqueles que adquiriram títulos sob regimes do direito grego. Esta é a maior reestruturação de uma dívida da história, que supera os US$ 82 bilhões do "default" da Argentina em 2002 (€ 73 bilhões com a cotação da época).

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