sábado, 3 de março de 2012

Como amar a Deus

Várias são as passagens da Boa Nova onde os evangelistas relatam o encontro de Jesus com os doutores da lei. Eram esses homens versados e preparados para interpretar e discutir a Torá, os livros sagrados do Judaísmo. Porém, não raro, as instruções de Jesus e Sua relação com a sociedade os incomodava. Não conseguiam reconhecer, naquele homem humilde, condições de estar à altura de um intérprete das leis de Deus. Por isso, várias foram as vezes em que foram ter com Jesus para testá-lO. Em um desses encontros, um doutor da lei pergunta a Jesus o que é necessário fazer para herdar a vida eterna. E Jesus lhe pede que cite o que estava escrito na lei. O doutor da lei prontamente citou o texto conforme a cultura judaica: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento. E o estudioso ainda completou o raciocínio com um outro versículo, esse do livro de Eclesiastes: E ao teu próximo como a ti mesmo. Jesus, frente à completude e sabedoria dos textos citados, apenas respondeu ao doutor da lei: Faze isso e viverás. A resposta de Jesus nos provoca profundas reflexões. Primeiramente, pode-se concluir dessas citações que o amor a Deus só se consubstancia amando ao próximo. Se não se amar ao próximo, não há como amar a Deus. E como amar a Deus? O próprio texto citado nos encaminha para a resposta. Primeiramente: Amar a Deus de todo o coração. Como o coração para os judeus era a sede da inteligência e da emoção, amar de todo o coração é amar em pensamento e em sentimento. Logo em seguida, o texto nos propõe o segundo nível do amor: Amar a Deus de toda a alma. Sendo a alma o Espírito unido ao corpo, a interpretação judaica para essa passagem é que é necessário que o amor se externalize em ações do corpo físico. Assim, além de amar em pensamento e sentimento, é necessário demonstrar o amor ao próximo com ações concretas, com atitudes que sejam o reflexo da alma. E, por terceiro, conclui o texto: Amar com todas as forças. A interpretação hebraica para a força é tudo aquilo que se tem, o que se possui. São as posses. Nesse nível de amor, é colocar aquilo que se possui, a condição social, a serviço de Deus, em favor do amor ao próximo. * * * Assim, ao nos propormos amar a Deus e ao próximo, como recomenda Jesus, não nos esqueçamos de que esse amor deve se desdobrar em três grandes níveis. Amar de todo o coração, amar de toda a alma e, por fim, colocar nossas posses a serviço de Deus e do amor ao próximo. Dessa forma, sempre haverá uma situação onde podemos desenvolver esse ou aquele aspecto do amor ao próximo. Basta que ensaiemos os primeiros passos. E não esqueçamos da recomendação final de Jesus: Faze isso e viverás. Redação do Momento Espírita, com base na palestra A parábola do bom samaritano, proferida por Haroldo Dutra Dias, no Teatro da Federação Espírita do Paraná, em 28.08.2010. Em 03.03.2012.

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